Sou ninguém,
Sou o livre de mente,
Pensador eterno.
Sou as olheiras e os olhos côncavos.
Sou os caules nos dedos,
Sou as noites pautadas
E as linhas que escrevo.
Sou os poemas que guardo,
Sou as portas trancadas,
Sou o aspecto doentio
E as feições desgastadas.
Sou o último a entrar,
Aquele que ninguém viu
Sou a loucura permanente,
A estrada donde ninguém partiu.
Não sou poeta
Nem sou gente,
Apenas demente
Com tiques de louco.
Sou estranho talvez,
Mas sou ninguém.