Contemplo-te perdido, folha bela,
Que em meus pobres devaneios se mistura,
Já que lembras a pele da donzela
Divina, de uma alma toda pura.
Escrevo, deprimido, uma novela
Tentando um sortilégio, uma cura
Ao mal que, cometido contra ela,
Está me induzindo à loucura.
Vivia a amada em meu castelo
Tão casta, de um amor assim tão belo
Fazendo que me sentisse o seu rei.
Sorvi, embriagado, seu perfume
Até que me venceu o cruel ciúme
E eu, ensandecido, a matei.