Ode ao Coração Morto

Foto de Clemilson Resende Santana

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Não aguentei essa nova decepção
O tempo passa e não volta atrás
Farei o funeral do meu coração
Pois sei que teu barco aporta em outro cais

Um vento frio e vagaroso afronta
A chuva fina, quase lhe desfaz
As pequenas gotas que ela ao chão aponta,
Contra o sepulcro onde meu coração jaz.

Tal como o vento, eu vagaroso o deixo
Ao pé da cova, meu adeus fugaz.
As frias rosas e o chão rijo beijo,
E dou-me conta do que é o jamais.

Assim tranqüilo e conformado choro,
Deixando-o morto, que não chora mais.
Então percebo o quanto vivo e imploro
Que o choro acabe, como nós, mortais.

Um riso tímido em tempo sugere
Que é meu direito gargalhar assaz.
E esse direito o tempo me confere
Adeus, meu coração, que descanse em paz.

Comentários

2
Foto de Graciele Gessner

Olá Clemilson!
É realmente um exímio de ode!
Parabéns!

Graciele Gessner

Graciele Gessner.

Foto de Carmen Vervloet

Triste, mas belíssima! Perfeita sua Ode ao Coração Morto.
Meu voto e meus aplausos.

Abraços,
Carmen

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