Bebi das águas de seu mar.
Deitei-me em suas areias macias.
Andei pelas suas ruas a sonhar...
Suguei do seu povo a sabedoria.
Bebi a seiva de suas árvores.
E matei minha sede.
Criei raízes.
Dei frutos.
E fiquei enamorada para sempre.
Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.
Jovens perambulam pelas ruas
Sem rumo, desesperançados, carentes,
Quadro desesperador e freqüente
Nas cidades do nosso Brasil,
Pátria mãe gentil
De solo fértil e abundâncias mil!
Ignorados pela vida
Ou pelo Poder?
Escolas sucateadas, esquecidas,
Ruindo abandonadas,
Verbas públicas que nunca
Chegam ao seu destino
Mudam o rumo
De brasileiros tão meninos
Ferindo os versos do seu hino!
“BRASIL, DE AMOR ETERNO SEJA SÍMBOLO
O LÁBARO QUE OSTENTAS ESTRELADO,
E DIGA O VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA
-PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO.”
Raras oportunidades de emprego
E assim deixam em arrego
Os seus míseros barracos
Onde viviam amontoados como sacos
Vazios de alimentos,
Cheios de ressentimentos!
E perambulam pelas ruas
Hostis, frias, secas de amor,
Cheias de armadilhas e dor!
O tempo ocioso, o estômago a roncar,
Um pão a mendigar!
Buscam outras escolas
Prá preencher o vazio e a fome
Companheiros de toda hora,
Neste amanhecer sem aurora!
Encontram a escola dos excluidos,
Dos preteridos e desiludidos!
Matriculam-se na escola da marginalização,
Do tráfico, do crime, da violência,
Suprindo suas carências
De amor, de teto, de alimentos,
De esperança no futuro
De uma pátria mais amável
Como versa a letra de seu hino
Num sentimento genuíno!
“DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,
PÁTRIA AMADA,
BRASIL!”
Excluidos pelo destino
Ou pelo Poder?
A história vai dizer
Escrevendo em negras letras
A insensibilidade do Poder
Que não quis ver
Em cada um desses jovens
Um cidadão brasileiro.
Mancha na história deste
País hospitaleiro!
Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.
O universo por inteiro conspirou
Juntou ondas de energia
O deus Eros confirmou
Tecendo a nossa magia.
Os anjos bateram palmas
Era para ser um lindo dia
A junção de nossas almas
Misturadas na poesia!
As flores dançavam valsa,
As ondas vigilantes e calmas
Embalavam suavemente nossa balsa,
Mágica ponte do encontro,
Do destino entrelaçado ponto a ponto.
Mas dentro de mim tudo feneceu
Nada disso você percebeu!
A flecha acertou um só coração
Que chora a desilusão!
Mesmo assim ofereço-lhe, regada em lágrimas,
Minha violeta lilás
Quem sabe seu perfume, busque lembranças lá trás!
Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora
Gênio dos sonhos,
Acenda esta chama
Que teima em se apagar
Neste sufoco de quem clama
Apenas em querer sonhar!
Gênio dos sonhos,
Nada sem você se completa
Já nem sei se sou louca ou poeta
Meus olhos perderam o brilho
Continuo vivendo
Mas não consigo existir
Meu tear já não tece
Sonhos de alegria
Minha poesia pulsa tristeza,
Palavras sem rimas,
As lágrimas encharcam a dor
Que pesa no peito,
Debato-me em solidão no meu leito
Clamando por um sinal
Para voltar a existir!
Gênio dos sonhos,
Preciso urgente que o sonho
Sacie minhas mais veladas loucuras
Ou sucumbirei para sempre
Presa neste cárcere!
Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora