Que tristes nódoas no teu céu anil,
resíduos negros rondam tuas praias
e nosso povo pacato e gentil,
não reclama, não grita, nem vaia!
Com as lembranças de um longínquo tempo
este teu mar outrora em azul pintado,
ondulado pelo sopro plangente do vento
chora a devastação de um recente passado.
É tanto pó espalhado em seus ares,
sinal do tempo que chamam progresso,
que as vassouras dançam aos pares.
E eu que amo tanto esta minha cidade,
escrevo versos sombrios, confesso
indignada com a inércia das autoridades.