Passa o rio chorando mágoas,
derramando lágrimas turvas,
no baço de suas águas
esbarrando em cada curva.
Já não enxerga o pequeno
as flores à sua margem,
nem os grânulos morenos
que dão nuances à vargem.
Pobre rio tão poluído
caminhando para o mar,
vai correndo combalido
vendo o fim o abraçar.
Corre rio fios de vida...
Presságios escapam nos versos,
no peito se abre a ferida,
na tristeza tombo imerso.