Sob o céu azul de setembro
Gira... gira... a roda d’água
vão-se, uma a uma, ao vento
minhas infrutíferas mágoas.
Abre-se uma rosa singela,
na floreira da minha janela.
De você eu me lembro
nesta manhã de setembro.
Uma lágrima de saudade
cai sobre a rosa amarela
e clareia o dia transposto
limpando o sol já posto.
Abro a minha cancela,
fecho à minha cela
de solidão... Voa meu coração
semeio e cultivo um fértil chão.
Abrem-se as flores,
Intensificam-se os olores...
É primavera!
Embalo a confiança
no colo da esperança.
Adormece o passado,
acorda um sonho dourado.
Carmen Vervloet