Sou arredia, um bicho acuado,
Que foge de carinho por não ser acostumado.
Sou o escárnio, o sarcasmo, o pútrido,
A queixa a se manifestar no púlpito.
Sou a esquina úmida e vazia,
A conseqüência da noite de euforia...
Sou o rio que nunca chega ao mar
E morre na praia sem saber amar.
Sou a dor que pulsa quando o amor se vai...
A lágrima triste que rola e se esvai,
Sou o incesto que não foi amado
E o mistério jamais revelado.
Sou a tempestade que o barco afunda,
O fantasma que surge da penumbra...
Da alma, a amargura...
Da vida,a desventura...
Tijolo podre de uma construção
A desabar em qualquer ocasião...
Dependente...carente...mal amada,
E mais que isso...Sou nada!
(Carmen Lúcia)
Comentários
P/Carmen Lúcia
Simplesmente lindo e verdadeiro
Angelica Macedo
Angelica Macedo
para Angelica Macedo
Fico feliz por ter gostado do poema.Obrigada!
Carmen Lúcia
Carmen Lúcia
Sou e não sou
Lindo poema identifico-me com o teu poema um abraço amiga.
para canto/Carmen Lúcia
Querida, é com pesar que lhe digo:Pena que você se identifica com esse poema porque ele é triste.
É com satisfação que lhe respondo:Grata por ter lido e gostado!
Abraço com carinho!
Carmen Lúcia