E vem chegando o outono das paixões,
Que voam como as folhas desgastadas,
Soltas ao vento, sem alento nem compaixão,
Num verde amarelado, queimado,
Carente de ilusão...
Melancolia que reina após o verão,
Aroma que invade o ar de solidão
Depois de acender fogueiras nos corações
E apagá-las no final da estação.
Algumas folhas resistem, esquecidas...
Que com a brisa,
Persistem em sobreviver ou renascer...
Perambulam pra não cair, sucumbir...
E não perder o verde de suas cores,
A frágil esperança incerta, reticente...
Tentam enraizar-se, ressuscitar amores,
Inutilmente...A brisa leve é impotente...
E incapaz de espalhar sementes...
E as paixões transformam-se em quimeras
Que se congelam no inverno de cada estação...
(Carmen Lúcia)
Comentários
P/ Carmen Lúcia
Querida Carmen,
No Outono das paixões,
há folhas que não fenecem,
renascem em sensações
e verdes permanecem...
Beijos
Albino Santos
A.S.
Carmen/Albino...
Lindos seus versos comentando...Linda sua visão perante as paixões...Sobre o resistente verde(esperança).
Beijos, poeta!
Carmen
Carmen Lúcia
Para Carmen Lúcia
O outuno levando os restos de desejos vividos no sol do Verão... incapaz de espalhar as sementes da paixão... melancolia e desilusão entre as janelas de finais de Outono quando ao longe nos apercebemos de uma flor teimando em traçar seu caminho no rigoroso Inverno, esperança de uma paixão de Verão... uma mera semente teimosa que não segui o rumo do Outono...
Gostei imensamente dos seus versos querida Poeta e da inspiração que trouxeram. Parabens!
Um beijo,
Salomé
Salomé
Carmen/Salomé
Gostei imenso de seu comentário.Você não só comenta, como reescreve os sentimentos e os esparrama em cada verso.
Obrigadíssima, linda poeta, pela sua presença aqui.
Grande abraço!
Carmen Lúcia
Carmen Lúcia
DIRCEU / CARMEM LÚCIA - A gata de olhos verdes...
A gata de olhos verdes...
Têm nos olhos a chama da esperança
Por isso, que as folhas do teu jardim não fenecem,
Mesmo depois de um rigoroso inverno,
Sai a neve, elas aparecem.
Aparecem mais viçosas
Mais graciosas,
Até o broto,
Daquele flor despetalada
Toda seca e amarelada,
Renasce como estás agora,
Mais esperançosa
Como a rosa
Que és.