Deixo escapar uma lágrima atrevida;
não houve como detê-la,
impedi-la de rolar...
Há quanto tempo a segurei
tentando disfarçar...
Hoje pesada, cansada, sofrida,
desaba pela minha face,
revela parte de minha vida
lavando a máscara que me foi disfarce,
mostrando a marca da minha ferida.
E atrás dela, outras e outras...
Encharcam meu rosto, embebem meus lábios...
Tanto tempo contidas,
anos, talvez, embargadas...
Fragmentos de uma história de amor,
interrompida, inacabada...
Descrita pela ausência,
de lágrimas, distância e dor, marcada...
Amor assim tão profundo
é para a eternidade...
Tão puro como a verdade.
Não cabe nesse mundo.
Carmen Lúcia