Creio naquilo que vejo.
Diante dos fatos não há argumentos.
Pra que questionamentos, lamentos
se o concreto é caso consumado?
Não se reverte o que foi sacramentado,
o irreversível, o que está lacrado.
Creio também naquilo que não vejo...
Então deposito a minha fé.
Crer sem ver, ir sem me arrepender,
sem a frágil crença de São Tomé...
Voltar e partir sem esmorecer,
cair com a certeza de me levantar,
errar e aprender com os próprios erros,
nunca desistir e investir nos acertos.
Creio no certo e no incerto,
no correto e incorreto,
no provável e improvável,
no que um dia promete dar certo
ainda que dê errado...
Creio no indescritível,
no impossível, no inusitado.
Pois quem não crê
morre sem ser sepultado.
Carmen Lúcia