Cantava, enquanto a dor dançava
marcando um espaço que não lhe pertencia,
enquanto disfarçava a dor que agora era
bem maior que a fé que já não existia.
Dançava, enquanto a dor cantava
no tom mais agudo que já se alcançara,
enquanto coreografava a dança mais sofrida,
de tão exaurida perdia seu encanto.
Sorria, trazendo o coração em embolia
e a dor em euforia jazendo o seu pranto...
morria, enquanto a dor vivia
surtindo seu efeito na fase terminal.
_Carmen Lúcia_