Conto os dias
imaginando a hora
de te ver voltar...
Abro portas e janelas,
retiro as tramelas
pra que possas entrar.
Enquanto não vens
compactuo com o sol
pra aquecer teu lugar...
Irradiar o vazio,
o frio sombrio
que deixaste ficar.
Enfeito a vida
na doce esperança
de te reencontrar...
Caminho entre flores,
matizes e cores
pra te abraçar.
Modifico o epílogo,
do romance vivido
no etéreo de nós...
Grito tua volta
que me traz a revolta
de minha própria voz.
Os dias passam,
as flores murcham,
a esperança se esvai...
A lua desenxabida
recolhe a magia
e no céu se retrai.
Sem cumplicidade
não me persuade,
retira o luar...
Sem prata, sem festa,
não se manifesta
e a dor invade
restando a saudade.
_Carmen Lúcia_