Ode as Baratas
Envaidecendo as baratas,
Levanta do bueiro.
Aos vôos, as baratas.
A noite do matuleiro.
Em antena ligada,
Grita estapafúrdico baratão cascudo:
__ “Meu trono!”__ “O dono!” __ “Sou chifrudo!”
Quanto conceito e norma,
Normalmente moral,
Nas ciladas humanas
A barata se dá mal.
Elas ainda resistem,
Bravamente em épocas atomizadas,
Contando a história de um povo
Que viveu marginalizado.
Ainda insiste:
“Ninguém desista!”
“Os sapos” de Manuel Bandeira grita ao modernismo.
Marginalmente enfunando os urubus rei,
Entro desvalido,
Ao cheiro de espírito deliquente,
Estonteante progresso crente.
“Homens partido”
Púnicos mantos cobrem a face.
O espírito cérbero de Caronte vagueia.
Túnicas circulares em tônico ser figuraste.
“quem casar com dona baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?”
Peituda barata cascuda
Que ainda canta dote oferecendo a caixinha.
Dionisio Donato (pseudo de Caetano Trindade)