Posso sentir sua respiração,
uma torrente de suspiros.
E no toque o eriçar dos pelos,
no pulso o acelerar do coração
e os desejos, que em mil giros...
Somando a corrente mais elos.
Seu rosto, aos poucos, ruboriza,
seus lábios, macios, entreabertos...
Se umedecem. Vermelhos de fruta.
Soprarei segredos, loucos, em brisa
em seu cabelo, orelha, lugares incertos...
Que se desvelam nos mistérios que oculta.
Em seu colo um colar se encrusta.
Uma gema entre ouro, dourados seios.
Que se revelam, em silhueta e arrepios.
Guardada em perola; fechada em ostra,
que colhida à luz, entrega-se aos anseios.
E é linda. Apenas nua, sem pudor ou brio.