Se volta-me a lembrança,
encontro em certo o amor,
num ponto exato do passado.
Languido amor, que descansa
livre da torrente do ardor,
tal fora apenas sonhado...
Não segue o Sol, ou futuro,
apenas é, mais nada cobra.
Qual a foto que a vejo sem ver,
se cinema, a imagem no escuro,
que o continuo do tempo dobra,
juntado pontas, a lhe trazer.
Não sei viver o que siso,
mas, o que sinto o sabe em mim.
Se sorrio, há um que de tristeza,
mas, se choro, resta um sorriso.
Esse amor é que faz-se assim,
origami de dobras e leveza...
Sei onde está você, em mim...
Onde mora o amor que se confunde
com o irreal, sonho e poesia.
Onde não contamina o fim,
e você a mim se funde,
para antes, ou sempre, noite e dia...