Existem crimes perfeitos,
eu mesmo já avistei vários.
Talvez, até você já tenha visto,
caídos sobre algum leito;
ou chorando nalgum campanário
suplicando em lágrimas a Cristo.
Crimes de assassínio...
Mas, que não deixam rasto
já que a vítima parece viva !
Crimes do raciocínio,
de aspecto amplo e vasto
de um coração que se priva.
Existe gente já morta
andando como se não fosse,
mas, no peito, nada mais bate.
Nada mais atrás da porta,
nada mais do sabor do doce.
Mas sem prova que o delate.
Muita gente teve morta a paixão,
por maldade, dor, traição...
E finou por dentro para o mundo.
Eis um crime perfeito então,
o de matar um coração
e enterra-lo num peito, bem fundo.