Céu infindo noite adentro,
nuvens marmorizam a vastidão.
E entre suas rajas entro,
deixo levar pela imensidão.
Seguindo as formas mutantes
das nuvens, libertas, nos ventos.
Soprados, faço semelhantes,
o peso dos meus pensamentos.
E ignoro a existência,
dopado, rendido ao céu.
busco “ovns”, indulgência
da ignorância num carrocel...
Gira solto, o universo;
e eu, ínfimo e siderado,
a cismar em forma de verso
o meu rascunho, desvairado.
Uma ave noturna passou!
Me tomou de meu devagar
ela foi... suas asas levou
e despertei, imerso no ar...