Blog de Alexandre Montalvan
Inesperadamente eu desconecto
E desconverso
E faço versos
Que a mim encantam
E desencanam
E causam prantos a mim
Fazem morrer minha dor
E meu suor. . . Aparecer. . .
Meu verso é negro
É desespero
Como um tumor que explode
E fogo. . . E cinzas. . .
É desalento
É a maldade humana
Em meio ao fogo e as chamas
E queima a carne sedenta
Uma paixão violenta
Horror . . .
Palavras que calam
Não podem descrever
Saudade tanta, que me espanta
Tanto sofrer
O teu perfume, a foto tua
Uma simples escova esquecida
no toucador
Tua peça intima que escorrega da minha mão
Feroz tortura
Cativeiro insano, a sombra imensa, a dor intensa
As grades tensas
de uma prisão
Lagrimas rolam
Sorriso amargo
E a amargura de estar vivo
Sem ter você
Amor maldito porque é maldito o meu viver
Se não é certo, o que é certo
em todo meu ser
Alexandre
Eu quero sentir-te criança
Sabendo que já não és mais
Tenho você na lembrança
Correndo descalça na terra
Nos olhos tenra primavera
Tempos que não voltam mais
Eu quero sentir-te mulher
Olhar quente apimentado
Lábios vermelhos carentes
Pedindo para serem beijados
Tua paixão desenfreada
Tua ânsia em ser amada
Tempo que ficou para traz
Agora eu a sinto tão fria
Deitada sem alma, vazia
Não vejo teu lindo sorriso
Agora perdi a esperança
Nem posso ver o teu olhar
Agora só restam lembranças
De um tempo que não volta mais
Alexandre Montalvan
O teu legado é desespero
É fúria do céu cinzento
É a força dos ventos
Que varre a terra e a deixa nua
O que tu deixa são águas turvas
Que emolduram a face escura
Olhos de fogo como o sol do fim do dia
Hipnotizam na louca paixão, na magia
E agora partes como um vira-mundo
Roubando de mim todos os segundos
E a vida finda eu pressinto...
Deixa magoa que em mim aflora
Esta dor tão latente e sonora
Em minha alma eu apenas sinto...
E agora!
Alexandre Montalvan
Quando a chama enfraquece
E nem sol já nos aquece
Este tempo é tão serelepe
Quer mais que eu me estrepe
Mas as linhas do destino
Traçam letras traiçoeiras
E parece brincadeira
Eu voltei a ser menino
Quando olhei o teu olhar
E senti o teu aroma
Ao ouvir a tua voz, eu tive um treco,
E que treco, quase morro por amar
Que amor alucinado, eu voltei a ser danado
E agora to pensando em me casar.
Tão feliz eu fui andando
Com este amor dentro do crânio
E pro meu desengano
Fui atravessar a rua e veio um bus
E f. . .
Alexandre
Como é doce a minha morte
Um doce mergulhar no nada intenso
Sentir distante o aroma do incenso
E não mais a dor da carência
Das minhas mãos estendidas
E ninguém que se importe
Ou que viva
Como é doce a vida
Que vem depois da morte
Com a lenta escuridão da noite
O farfalhar das asas densas do abutre
E as nuvens negras sobre a carne viva
Com a fome que tem guarida na vida
Ou na morte
Sentir pulsar a vida, dos vermes que devoram
A carne que então serve de comida, e ninho
Neste intante interminável caminho
Da morte enquanto vivo, como toda a profecia
Não chama, veja apenas a luz, da chama fria
Era apenas um canarinho
Amarelinho
Ele cantava uma linda melodia
Coitadinho
Seu canto transmitia lenta agonia
Talvez as grades
Ou solidão
Talvez saudades
Ou a prisão
Talvez sua dor, fosse somente, falta de amor, e de perdão
Fiquei com pena
E lentamente peguei-o na mão
Podia até sentir seu coração
Arranquei sua cabeça com uma dentada
Não me agradeça por nada
Foi apenas compaixão
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