Tarde inquietante
Tarde morna de céu acinzentado
Pensamento solto... Inquietante!
Dói no peito o sentimento velado
Quisera alçar vôo como ave migrante
No poente ainda brilha os raios dourados
Do sol. Encanta-me o arrebol pujante
Introspectiva... Entrego-me ao passado
No coração, uma saudade arquejante
No regato, águas remanseando
A correnteza deslizando suavemente
Borbulham e seguem serpenteando
Finda o dia e minha tarde inquietante
O gorjeio das aves anunciando
O anoitecer. E a tarde suavemente
Vai caindo, caindo e adormecendo...
Nos braços da lua que chega sorridente.
Diná Fernandes