fantasia

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

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Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÕES XVI - CARRILHÕES DE BEIJOS - Cap II

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* CARRILHÕES DE BEIJOS II
*

Adormeci satisfeito,
Mas depois de algumas horas,
Acordo daquele jeito...
Com o peito inflado e todo intumescido
E o que faço agora,
Sob o som de uma melodia
“Melodia de amor”
Que, automaticamente,
Reiniciava-se com o raiar
Do dia.

Vejo-te ao meu lado,
Adormecida e seminua,
Coberta por um lençol de cetim
Com tuas curvas graciosas
Tuas ancas voluptuosas
E te passo o braço
Direito na cintura
E te acaricio
Suave
E vagarosamente,
Sussurro baixinho em teu ouvido
“_ Eu te quero, outra vez”
E tu me respondes roucamente:
“_Yo también mi querido”
Então, te beijo
Apaixonadamente,
No início levemente e
Ao ver teu olhar brilhar.
Atiçando-me um fogo
Com os raios de tua íris estelar.

Então, me perco, nesse olhar,
Recomeço lascivamente a te beijar,
Busco o céu e o mel em tua boca
E em tua saliva o sal
Do mar.

Alvoroço-me,
Cheiro-te e suspiro em teus poros.
Sinto o perfume feminino
Que exalas e roço
Com a boca
Teus seios.
Meus pelos,
Escovam-te e tu explodes
Em ondas de gozo espumante
Em borbulhas embranquecidas pela
Volúpia de tuas ondas de amor.
E arrepia, mas, te sacias,
Mas sempre, queres mais
São verdadeiras ondas do mar,
Ou de amar...

Num balanço sensual de um sobe e desce
Enleva-me no mais alto do horizonte
E de lá do alto mostras-me tua face corada
Reluzente e brilhante
Como o carmim,
E demonstras que se entregas,
Eternamente
Para mim,
Neste mar
De cetim,
Em tua
Cama.

Foto de Teresa Cordioli

Ahhh, se eu fosse normal...

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(Que chato seria...rsrsrsr)

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Ahhh, se eu fosse normal...

Ah nós poetas,
Que por outros,
Somos taxados de loucos,
quando tão pouco
querem saber
o que os poetas sentem!
Somos gente,
que desde muito cedo,
aprendemos a amar.
Somos apenas diferentes...
Loucos não!!!
Só porque vejo o vento?
Falo com a flor?...
Sou sensível ao amor?
Louca não sou...
Só porque namoro um beija-flor?!...
Ahhh pessoas normais!
Venham com a gente...
com os poetas,
sejam diferentes,
mudem o mundo,
e, em apenas um segundo,
construam a paz
escrevendo um verso de amor...
Não encostem-se em ideologias
não façam magias,
façam apenas poesias,
sejam voces sejam como for,
mantenham vossa imagem,
não usem aparências outras...
Penso, como eu seria
se normal eu fosse,
sem nunca ter visto
a fada da meia noite?...
Eu seria tão triste,
sem meus carneirinhos,
que cuido com carinho
em nuvens molhadas...
Fico pensando;
se eu não fosse poeta,
sem nunca ter
recebido a visita
da lua em quartos...
Ela que pela janela
entra em meu quarto
para ser a dona da festa,
em noites de poesias...
espalhando alegria,
em versos de amor...
Ahhh, se eu não fosse poeta,
louca seria,
por não acreditar
no amor...
Prefiro ser poeta,
entrar nessa festa
como "louca"
...e ter o poder
de trazer todos quem eu amo
para bem pertinho de mim.*..

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÃO XV *****( CARRILHÕES DE BEIJOS - Cap I )

*
*CARRILHÕES DE BEIJOS I
*

Se eu pudesse amiga.
Eu te daria além de beijos amigáveis,
Outros, inigualáveis.

O primeiro:
Um beijo invejável,
Romântico de enamorado.
Deixá-la-ia com os olhos virados
E teu coração enamorado.

Mas como não posso,
O que faço?

Sonho contigo adormecido,
Mas, também, sonho acordado.

No sonho acordado,
Dou outros:
Te beijo amiga,
Com um beijo carinhoso.
Muito afetuoso,
Em tua face!

Mas se cochilo amiga?
Desculpe-me, já não te beijo
Carinhosamente.
Sabe?
Beijo-te
Ardorosa e voluptuosamente,
Penso no poder das rosas,
Apaixonadamente!

Pois tu entras em minha mente
E me transformo,
Sensualmente.

Então,
Beijo-te
Em carrilhões,
Começo dos pés,
Subo pelas duas colunas de alabastro
Sinto-te me segurares num abraço,
Não só de braços,
........
Mas,
.......
Num entrelaço,
Das tuas pernas, das tuas coxas
E me puxas para teu regaço,
E ali eu me desfaço
E te amasso!

Beijo
Ou te sugo.
No supra-sumo
Do meu desejo e te beijo,
Lascivamente
E vejo

O teu olhar.
Esse olhar fugaz,
Que me refaz,
Torno-me
Um rapaz
Capaz
Que
Te

Satisfaz.

Foto de Sonia Delsin

ESDRAS...

ESDRAS...

É um sonho. Um louco sonho.

A estrada é de pedras. Esdras caminha só.

Esdras é um lobo solitário. Sonha amores, sonha paixão. Sonha um encontro.

Esdras é um homem que deseja adormecer nos braços de uma mulher. Descansar todo seu cansaço, sem palavras inúteis.

No sonho ele caminha em busca de emoção, e mais que isso. Busca uma maneira de amortecer a solidão.

Ele está perdido em suas lembranças, em seus anseios. Em sua estrada de pedras.

As pedras lhe doem sob os pés e Esdras sabe que o caminho é longo e ele deve encontrar um caminho só de flores um pouco à frente.

Ele confia na sua forte intuição de que tudo vai mudar, que a história vai se reverter, porque seu coração de menino lhe diz que um novo sol a cada dia trará um novo tempo.

Um céu colorido de papel crepom entra no sonho. Nuvens coloridas lhe recordam algodão doce. Algodão de tantas cores.

O pôr-do-sol do sonho possui mais que as cores do arco-íris. Milhares de cores lhe estonteiam.

Uma mulher lhe abre uma janela, uma janela dentro de um outro tempo, de uma dimensão que Esdras não compreende bem; mas lhe faz sentir tanta emoção. Ele deixa que a forte atração o leve a caminhar por caminhos antes não percorridos.

Ela o faz sentir-se vivo. Dá-lhe asas para voar ao seu lado, porque é uma mulher alada. Umas destas mulheres de outro planeta, outro tempo. Uma mulher borboleta, que voa e revoa sobre a matéria que consegue entender e viver. Sem ignorar a matéria nua e crua, ela vive num mundo particular, só seu, e leva Esdras para caminhar um pouco ao seu lado.

Ela o convida para sonhar o sonho dos mortais e dos imortais e o lobo solitário a segue, a busca.

Ele a encontra e não sabe que ela surgiu do nada... de um sonho, de uma estrada que começa dentro de um tempo que não se compreende. Só se vive e se revive... sem entender.

Foto de Dirceu Marcelino

VOLÚPIA II - DUETO - En sonidos Guitarras Galegas ( El Zhivago ) -

*
* El Zhivago -
*
Marisa Dinis & Dirceu Marcelino

* * *

"...Guitarras em seus lamentos insistentes
Enfeitiçando-me em sua uma doce melodia,
Meu corpo dividido entre seu fogo ardente
E teus olhos em mim, criando uma sinfonia.

Olho para o horizonte, nessa final despedida
Que me libertará do vento que tanto soprou,
Na nua bohemia que preencheu a minha vida
E as felicidades e tristezas que o vento levou.

Olho para ti meu destino, aí deitado na cama
E nada mais belo que este simples momento
Donde meu olhar reconhece nos teus olhos
A única razão do meu ser: esse nosso amor..."(Marisa Dinis)

***

Se for nosso destino amor te darei,
Minha vida, na palma da sua mão,
Entregarei. Se fores quem procurei
Fonte inesgotável de minha inspiração.

“Tu... Aquela com que sempre sonhei”,
Musa que deslumbra meu coração
Não sei como, mas sempre te amarei,
Pois te vejo com imensa devoção,

Desde o dia quando eu te olhei,
Transmiti-te toda minha emoção
E de ti eternamente me enamorei.

O laço cego de nossa paixão,
Só com mui beijos eu desatarei,
Eis ataste com mil fios nosso coração. ( Dirceu Marcelino )

Foto de Dirceu Marcelino

REENCONTRO DA SEREIA (Atualizado, para ficar na sequência da série )

*
* Itanháem - SP
*
Eiaaaa! Vamos lá meu Napoleão!
Eitaaa!!! Vamos corre voa, galopeia!
Fustiga o chão, as pedras, meu garanhão!
Vamos procurar, encontraremos na areia...

Aiii! Como pula. Agüenta meu coração!
Com certeza e por aqui que ela veraneia?
Sim! Perto do rio, nessa linda aluvião
Ahhh! Olhe lá... Ali esta a linda sereia....

Quieto ooooooho!!! Ouça sua linda canção.
Tudo se cala. D’águas ouço a mareia,
Balançar no ritmo de sua entonação.

Nada. Nenhum um pássaro chilreia
Só a melodia impregna o coração.
E encanta minh’alma que devaneia...

NB. Sugiro que esta singela poesia, para entendê-la tome o eventual leitor, como "pano de fundo" a música "CALVAGADA", com Jair Rodrigues, na primeira parte e , na segunda parte, "UIRAPURU", de Lino Amaro, e, como paisagem, para quem conhece o Rio Itanhaém, adentrando para as matas Atlântica, à beira da Serra do Mar...

Foto de Dirceu Marcelino

POEMAS DE MINHA JUVENTUDE V - PROCURA DA SEREIA

*
* Itanhaém - SP
*

Meu cavalo galopeia,
Com os cascos fustigando,
O chão, as pedras, a areia
E assim, sempre galopando...

Leva-me onde veraneia
Ao sol quente se queimando,
Encantadora sereia
E eu fico imaginando...

Será... Será... Que vou encontrar
Ela tão aconchegante,
Ou vou me amedrontar.

E ao ver meus olhos radiantes,
Como farei para não demonstrar
Que a amo mais do que antes.

Foto de Teresa Cordioli

Almas carentes...

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Teresa Cordioli

Minha alma em pensamentos quer voar
Encontrar a tua e dela ser dependente
Matando assim nossa saudade e ficar
Em teus braços e te amar eternamente!

Minha alma nasceu assim tão carente
De um grande amor que possa amar
A tua alma deixa aqui sinais evidentes
Que um grande amor está a procurar

Nossos tempos são tempos diferentes
Um, tempo de partir e o outro, de chegar
É o tempo que cada um tem e felizmente
São tempos que se podem compartilhar...

Minh’alma, não quer partir antes de me ver feliz,
E a tua não quer que eu parta antes de me amar...

Foto de Dirceu Marcelino

EL TORERO. (Não sei de onde tiro isto, pois, sequer sei falar espanhol).

Hoy me siento un torero!
Iré a presentarme en primera,
En los alrededores de mi ciudad
Una Villa muy pequeña
Puerto de Portugal y España
En casa del Sr. Montero
Donde vive una Señorita
Que fue mi primer amor.

Ella me encanta desde pequeño
Es una gitana muy linda
De bellos ojos castaños
Mirándome de berlinda
Enmoldurada por sus cabellos.

Tus cabellos son un manto verdadero
De la reina de mi sueños.

Hoy están amarrados como rabo
De caballos, tan largos y oscuros
Como si fuesen mis caballos
Árabes con los que acabo de llegar.

Ella me mira y se aproxima:
Yo, de la solapa de mi chaqueta
Retiro una rosa roja
Y coloco en sus cabellos

Una rosa muy bella,
Para representar en el rojo,
Mi grande pasión
Y en el amarillo, mi amor

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