Peito

Foto de Rosamares da Maia

OS DONOS DA TERRA

Os donos da Terra

Qual liberdade nos habita?
Se tudo que há se contesta.
Tudo se cogita, do despertar
Ao caminho para caminhar.
Que alforria nos premia?
Em convulsão o peito se agita.
O Homem parametrizou o homem,
Só para conter a sanha de matar.
Regras, dogmas, caminhos e religiões,
Algemas invisíveis para o pensamento.
É preciso conter e a todos amordaçar.
.............................................................
Eu sem saber aportei neste Mundo,
Com sede, fome de viver e amar.
Só quero a Terra, sem escritura de posse.
Águas limpas sem taxas e impostos,
A energia transformada, sem exploração.
Mas, achei tudo com dono ou preposto.
Terra grilada pela ambição.
A natureza solapada em uso capião.
Então alugo um pequeno pedaço,
Porque sendo rico de consciência,
Não tenho escritura de propriedade.
Só tenho no peito amor e verdade,
Posse garantida de sete palmos no chão.

Rosamares da Maia

Foto de Arnault L. D.

Pequeno Sol

Era o sol... Ah, era o Sol...
Que iluminava então,
e abraçava a tudo,
de mim a imensidão
e aquecia, e era lindo.

É noite, não mais o tenho,
no entorno está escuro.
Acendo o fogo e olho
e o sol nele procuro.

Não cobre além de metros,
não comporta amplidão
e se aproximo muito fere.
É mais para olhar então,
o fogo que ao Sol faz menção.

Aquece um raiar ao peito,
luz evocada de um verão.
Faz sonhar, chama a queimar
de um calor extemporão.

Foto de Rosamares da Maia

LAMENTO DE MARINHEIRO

Lamento de Marinheiro

Mar te acalma, serena mar azul.
És a Inspiração de tantos amores.
O sol sob o céu é balsamo das dores.
Nas águas, velas deslizam ao vento sul.
Tantos são os sentimentos, os clamores,
Confissões para conforto das almas.
Tantos que o teu espelho transborda,
Em densa espuma atiçada pelos ventos.
Secas no calor, evaporando os lamentos.

Mar, serena as vagas dos desenganos,
A lágrima salgada vem logo recolher.
Meu coração está em fúria, é maremoto,
Minh ’alma é o olho do redemoinho,
Meu corpo é como embarcação perdida,
Que o faroleiro deixou a deriva, sozinho,
Sem a luz do farol não encontro o caminho.

Mar, apascenta no coração a minha dor.
O navio só tem traçada a rota do dissabor.
Na carta náutica da solidão tudo é tempestade.
Estou sem comandante, sem estabilidade.
A deriva, sigo ao derradeiro rumo dos corais.

Mar, acalma a angustia da paixão.
Não suporto mais o cantar das Sereias.
Sou estrela atirada à praia, desalojada.
Perecendo seca no calor das areias.
Alivia o meu peito, pacifica este amor,
Sessa as lágrimas com a carícia do vento,
Dissipa ao sol o sal deste meu tormento.

Mar de Netuno te suplico, apascenta o vento.
Onde está meu porto neste mar obscuro?
Sessa a fúria da minha alma em tormento.
Acaba então com tudo, em um único momento!
Lança-me aos corais, ao fundo do oceano escuro.

Consuma a morte abissal deste marinheiro solitário,
Atraca em fim meu corpo às correntes do teu amor.
Sem a bonança, brisa mansa, sonho do porto seguro.
Põe fim ao lamento, as lágrimas deste navegador,
Sepulta o testemunho, último registro deste diário.

Rosamares da Maia 02/05/2019.

Foto de Siby

Insaciáveis mãos de poeta

Insaciáveis mãos de poeta

As palavras brincam de esconder,
A emoção tranca-se no coração,
E a inspiração não sai da razão,
Para as mãos que querem escrever.

Silêncio...se sente o coração bater,
É ele... o bom amigo da meditação,
Existe um lugar, um refúgio, a solidão,
Onde a alma de paz vem se abastecer.

Com serenidade, a inspiração vai aparecer,
Momentos mansos, entregues para a reflexão,
Fluindo bons pensamentos, sem os prender.

E as insaciáveis mãos não sabem se conter,
Tiram do peito do poeta a sua emoção,
Para seus sentimentos, sem pudor, descrever.
(Siby)

Foto de Esfera Celeste

Dias de inverno

Há uma mudança em meu olhar
No ar...
Sem respiração
No peito
Vulcão em erupção.

Foto de Bibiana Cambará

Minha Imaginação

Minha imaginação é tão fértil ... tão fértil que...
vira e mexe .. volta tudo! Daí, percebo que continua
sendo tudo igual.. igualzinho, as únicas diferenças são:
os segundos, os minutos, as horas que nos separam!!!;
e que nos traz essa sensação ilusória de que estamos
separados... mas.. como separados? se continuo a te
sentir aqui... dentro do meu peito, da minha alma e
do meu coração?
Fisicamente, pode até ser... eu disse "pode", porque
na verdade.. as vezes te sinto até fisicamente se tu
quer saber!!!
Definitivamente, não há barreiras para o amor!
Quando ele é puro, sincero e verdadeiro... genuíno
como o nosso!
Vejo no nosso sentimento algo de eterno, de renovação,
de reinvenção, de criação, de luz, de cor, de amor!
E muita paixão!
Sou sua fã!
Sei que não deveria!
Mas, estou deixando o meu coração falar!
falar! falar! cada vez mais alto!
Para sempre....
te amo!!!

Foto de Amigo

Amor incontido

Amor incontido
que deixa aflito
um coração
partido

Não quis te ouvir
brigou com teu eu
fugindo de ti

Agora calado
não podes fugir
nem pode ficar

Esse amor
incontido
em seu peito
oprimido
é que te
faz chorar .

—Joaquim Gomes Alves

Foto de Rosamares da Maia

CARTA A FERNANDO PESSOA

Rio de Janeiro, 26 de maio de 2015.

Meu Caríssimo Fernando,

Nesta manhã como em tantas outras estou solitária e feliz por desfrutar da minha própria companhia. Sim, pois pretensiosamente ou não, estar acompanhada de mim mesma é o que hoje me faz feliz. Principalmente porque estar comigo, mesmo que transitoriamente, me conduz a você.
Nesta manhã, enquanto vejo a fumaça do café galopar o ar, aguço todos os meus sentidos e lembro-me de você, como se estivéssemos compartilhando a mesma mesa, as fatias do mesmo pão. Na realidade já não como, mas, continuo alimentando-me das tuas lembranças.
Fernando,
O que seria da minha vida sem conhecer-te, sem sorver das páginas cada gota dos teus escritos? Que seria de mim se não sentisse as tuas angustias, o teu amor para além dos lusitanos mares? Se não tivesse como tu compreendido os vaticínios de D. Sebastião.
Também tenho muitas personas aprisionadas dentro de mim e, ao contrário de ti, não consigo exteriorizá-los, derramá-los no tapete do quarto e depois abrir a janela, para que voem. Fecho os meus olhos e sou como Maria José – a feia, corcunda e doente. Coitada! Sempre presa à cama, diante da janela, colhendo no orvalho da manhã as pequenas gotas dos sonhos, de seu amor platônico por Antônio.
Escrevo a você cartas, como ela – As cartas que Ele jamais leu. Maria José motivo de riso ou invisível, desabrochando na exteriorização da tua solidão e tão acompanhada de tantos outros Fernandos igualmente solitários.
O que seria de mim sem refletir como Bernardo Soares:
-" Aprender a desligar as ideias de voluptuosidade e de prazer. Aprender a gozar em tudo, não o que ele é, mas as ideias e os sonhos que provoca.
Por que nada é o que é e os sonhos sempre são os sonhos.
Para isso precisa não tocar em nada. Se tocares o teu sonho morrerá, o objeto tocado ocupara tua sensação."
"Ver e ouvir são as únicas cousas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais."
"A única aristocracia é nunca tocar. Não se aproximar – eis o que é fidalgo"
Bernardo Soares /Fernando Pessoa – 1888-1935 – in Livro do Desassossego.

Eu como Bernardo, sou fragmento do meu primeiro eu, que diariamente vem à tona para cumprir muitos papeis que a vida impõe e cobra, mas, aqui nesta pouca solidão com a qual a manhã me privilegia, consigo fechar os meus olhos e desfrutar da tua companhia, me aproprio de ti e te ouço soprar em meu ouvido esquerdo. Meu coração se contrai e expande dentro do meu peito e uma profunda saudade se apodera dele, me levando ao mergulho em um tempo que não vivi – o tempo de te encontrar.
Vamos a Livraria Lelo & Irmão, sentamo-nos a tua mesa preferida para tomar café, comer bolinhos e pensar no Mar Português – “Ó mar salgado, quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal!” / Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena.”
Meu pensamento associa-se a fumaça da xícara fumegante, tomadas em dimensões de tempo e espaço tão distintas e, Maria José fecha os olhos para vida com a certeza do seu amor, porque ele foi tudo que fez valer a sua insólita passagem por este mundo; Bernardo olha e se vê em ti, a mesma imagem, mas o seu reflexo no espelho tem um olhar arguto, mais crítico e menos emocional. E é assim, cada um é o que é mesmo sendo somente a derivação de uma só “Pessoa”.
E eu te escrevo esta carta, esperando que nossa conexão de espírito não seja apenas um delírio matinal de quem ainda não acordou direito e, como tu mesmo disseste, - “ Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.”. Mas o que escrevo-te neste momento, é para agradecer-te.
Obrigado Fernando. O que seria de mim se você não tivesse existido?
Obrigado Pessoa pelo café compartilhado aqui, na minha mesa da cozinha.

Rosamares da Maia.

Foto de Siby

Ventos e sentimentos

Agora vou escrever
Sobre algo invisível,
Mas sentir é possível,
Mesmo sem tocar ou ver.

As vezes ele vem furiosamente,
Faz tudo balançar ou espalhar,
Depois de sua força e fúria extravasar,
Sua ira se desfaz e sopra suavemente.

É o vento, ele, que nem tudo pode levar,
Pois ficam no peito todos sentimentos,
Receios, por tudo que ele pode causar.

Clima ameno e sopram bons ventos,
A brisa é suave e o amor está no ar,
Passam os ventos, ficam os sentimentos.

(Siby)

Foto de Poetando

Quando a escrever faço amor

Quando a escrever faço amor
Falando baixo aos teus ouvidos
Que tenho tantas saudades de ti
Que mexe com todos os sentidos
A escrever-te estou abraçando
Para ti vai meu pensamento
No teu corpo estou enlaçado
Como eu te estou sentindo
Que estou em ti enlaçado
A escrever te estou beijando
Minhas mãos te fazem caricias
Desejos que me enlouquecem
Beijando-te a boca com malícia
Faço sempre amor contigo
Enquanto estou a escrever
Acariciando todo o teu corpo
Sinto que estás louca de prazer
Quando me ponho a escrever
Digo tudo o que por ti sinto
Nossa distância é um tormento
Este amar como te amo
Não sais do meu pensamento
Com a escrita eu me solto
Escrevendo digo o que por ti sinto
O quanto te estou a desejar
Amava contigo puder agora estar
Tu entre os meus braços
Contra o meu peito te apertar
Nesta minha escrita singela
Falo dos meus sonhos e desejos
Como te estou tanto amando
De te cobrir toda de beijos

De: António Candeias

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