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Foto de Sentimento sublime

Sentimentos Natalinos!

Sentimentos Natalinos!!

São aqueles que nos natais
Vêem em nossos corações
Com mais força e mais esperança
Sentimentos fortes e sinceros
Como os sentimentos singelos de uma criança
Pedindo a Papai Noel
Que os adultos não deixem
Somente no papel
O estatuto de sua infância
Que lhes dêem não somente o pão
Mas que lhes protejam
Em qualquer circunstancia
E lhes dêem segurança
Que as livre da prostituição
Das pessoas maldosas, da mendicância.
Das surras e maltratos
Dos choros silenciosos
Em seus pequenos mundos
Não mais tão encantados
De certos pais e adultos
Que tanto e tanto as maltratam
Se um dia pararmos para ouvir
O choro de uma criança
Perceberemos então
Que seu choro é silencioso
E que muitas de nossas crianças
De tão maltratadas
Já não sabem mais chorar
Que o espírito de Natal!
Habite em nós todos os dias
Para levar a estas crianças sofridas
Um mundo de paz, harmonia.
De esperança e um futuro
Cheio de muita paz, saúde e alegria.
Que tenhamos paz na terra
E que os homens sejam
Realmente de boa vontade.
Feliz Natal a todos nós
Que ainda temos no coração
O espírito de uma criança.
Osvania

Foto de Paulo Gondim

Via Crucis

VIA CRUCIS
Paulo Gondim
21/04/2007

Na expressão forte de teu rosto
Sinto o peso de tua cruz
Nos passos lentos da via tortuosa
Que a teu calvário te conduz

E como mau ladrão errante
Sigo-te, em vil caminho.
Por ti, sempre, hostilizado
Na taça amarga de teu vinho

E o cortejo segue mudo
No final de nossa agonia
Ignorado, como o Cirineu
Inda sou eu quem te alivia

Mas tua dor é grande
Como é grande tua hipocrisia
E, decerto, morreremos juntos
Pouco a pouco a cada dia

***************************************
Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2007
Código do texto: T458197

Foto de Carmen Vervloet

Terceiro Ensejo da Criança (Aquecimento Global)

Terceiro Ensejo da Criança
(Aquecimento Global)

Passaram-se alguns anos...
Já não posso chorar tantos enganos...
Minhas lágrimas se evaporaram...
Junto à terra, secaram...
Tudo virou deserto... Dias incertos...
Estou perplexo!...
O mar aumentou seu volume
E revoltado devorou
O que o homem dele roubou.
As cidades litorâneas desapareceram
Em meio a sustos e desalento...
Já não existe encantamento...
Já não reconheço o verde das florestas...
Hoje tudo é cinza...
O fogo brota da terra
Num clima de guerra!
A minha luz se apagou...
Voou com a esperança da minha criança
Junto à água potável que se esgotou...
Estamos morrendo à míngua!...
Fracos... Magros... Desidratados...
Maltratados... Famintos...
E tudo o que sinto
É um imenso desespero
Entre dor, revolta, destempero!...
Nós as crianças de ontem...
Seu neto... Bisneto... Filha...
Caídos nesta armadilha
Nesta desértica ilha!...
Sem alimento... Sem ação...
Sem água... Sem solução...
Só dor... Sem cor...
Já não me lembro da flor...
Do seu perfume...
Tudo cheira a estrume...
Esqueci qual foi meu derradeiro banho...
E o meu último sonho...
Brigo por um copo de água...
Dentro de mim só medo e mágoa...
Terremotos... Maremotos...
Ciclones... Tufões...
E a sede que me consome!...
Hoje só me resta o verso do poeta
Que num grito de alerta
Profetizou o fim
Que eu jamais escolheria para mim!...

Carmen Vervloet

Foto de Maria Goreti

Lágrima II

A lágrima rola
sobre o rosto febril.
É dor sentida na alma,
medo da solidão,
é paixão contida,
tesão recolhido,
labaredas de fogo
a queimar por dentro,
a gerar vapor
que transborda...
Pelos olhos.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 30/11/07

Foto de HELDER-DUARTE

Loucura

E nesta loucura; Neste vale de morte;
Em que parece-me, que não alcançarei o norte,
Neste estar só. Mesmo, nem em mim tendo solidão.
Cumprindo-se, em mim, a da «Menina e Moça» depressão.

Nesta ausência de tudo, em que ainda caminho e caminho.
Em que nem mesmo, sinto ter, ou vir a ter, enfim destino.
Nem em que ninguém, sinto a meu lado, neste sem ser estado.
Pois ser meu, somente sente, nem ter sido, mal ou bem fadado.

Pois não sinto, em mim existir, vida ou mesmo alguma morte.
Porém, às vezes outro sentir em paradoxo, aqui em mim se aninha.
No meio de tanta loucura, sem sentimento, de ter tido, alguma sorte.

Neste confuso existir, sentir, não sentir, também se faz abrir um caminho.
Mas este, com muita certeza, mesmo no meio de tanta, aqui incerteza minha.
É o de que, eternamente com Deus irei estar e d'ele receber muito carinho!...

Foto de Maria Goreti

RASGOS

RASGOS

Rompem-se tramas
sutilmente tecidas
no tear da vida.
Fios soltos
à mostra...
Pouco resta a fazer
senão cerzi-los.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 03/10/07

Foto de mendesgenration

Noites traiçoeiras..

Deus está aqui neste momento
Sua presença é real em meu viver
Entregue sua vida e seus problemas
Fale com Deus, Ele vai ajudar você

Deus te trouxe aqui
Para aliviar o seu sofrimento
É Ele o autor da Fé
Do princípio ao fim
De todos os seus tormentos

(refrão)
E ainda se vier noites traiçoeiras
Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo
E o mundo pode até
Fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo (bis)

Seja qual for o seu problema
Fale com Deus, Ele vai ajudar você
Após a dor vem a alegria
Pois Deus é amor e não te deixará sofrer

Deus te trouxe aqui
Para aliviar o seu sofrimento
É Ele o autor da Fé
Do princípio ao fim
De todos os seus tormentos

E ainda se vier noite traiçoeiras
Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo
E o mundo pode até
Fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo

Foto de mendesgenration

Noites traiçoeiras..

Deus está aqui neste momento
Sua presença é real em meu viver
Entregue sua vida e seus problemas
Fale com Deus, Ele vai ajudar você

Deus te trouxe aqui
Para aliviar o seu sofrimento
É Ele o autor da Fé
Do princípio ao fim
De todos os seus tormentos

(refrão)
E ainda se vier noites traiçoeiras
Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo
E o mundo pode até
Fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo (bis)

Seja qual for o seu problema
Fale com Deus, Ele vai ajudar você
Após a dor vem a alegria
Pois Deus é amor e não te deixará sofrer

Deus te trouxe aqui
Para aliviar o seu sofrimento
É Ele o autor da Fé
Do princípio ao fim
De todos os seus tormentos

E ainda se vier noite traiçoeiras
Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo
E o mundo pode até
Fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo

Foto de angela lugo

Uma menina e 34 homens

Menina bonita enfeita a grade da prisão
Entre trinta e quatro homens
Era ela a alimentação
Daqueles detentos sem qualquer moderação
Não adiantava dizer não
A qualquer hora um vinha em sua direção
Não tinha onde se esconder
Muito menos para onde correr
Seu estomago vazio doía pela fome
Obrigando-a a fazer a troca
Loucura? Cinismo? Covardia ou falta de vergonha
Demais para entrar em nossa mente
Estar ali por dois meses e servir de alimento
Deixando uma ferida que jamais cicatrizará
Em sua alma e como uma tatuagem em sua carne
Lá ficava aquela menina de mão em mão
Tristeza para ela, revolta em nosso coração
Apenas quinze anos e já tinha que lutar
Pela sobrevivência nesta revolução
De homens inescrupulosos cumprindo suas penas
Mesmo assim continuavam a transgredir
Dentro daquela prisão
Quanta insanidade nessas mentes vazias
Que não se importavam que ela
Poderia ser sua filha ou mesmo irmã
Na hora da partilha não se importavam... Não
Apenas queriam fazer prevalecer o machismo
Covardes!
Em um corpo de menina que não podia resistir
Pois se não cedesse não comeria
Triste martírio...
Ter que agüentar trinta e quatro homens
Ela precisava ceder ou então morrer
Por culpa da infeliz constituição
Que infelizmente não funciona... Não
Que lamentação...
Um caso que veio a público pela televisão
Que tenho certeza não fazemos idéia
O que passou essa menina na detenção
Muitas e muitas se encontram na mesma situação
Mas de que adianta... Todas têm medo
Medo do sistema do qual não se confia
Esperemos que a chama desse fogo
Não se apague facilmente
Dele se terá muitas conseqüências
Hoje foi essa menina...
No amanhã muitas terão a mesma sorte
Se esta chama for apagada indevidamente
Este lamentável episódio acontecido
Esta levará dentro do seu ser para sempre
Não importa para onde caminhe
Essa cicatriz em seu coração
Lembrando que se esforçou para não morrer
Lá naquela prisão
Onde por um tempo foi esquecida
Por uma constituição empobrecida que parecia
Não existir...
Felizmente o bem prevaleceu
E hoje esta notícia corre o mundo
Deixando um raio de luz para quem ainda sofre
Desta mesma sorte de que passou essa menina
Em alguma prisão seja aqui ou não

 

 

 

Foto de Sirlei Passolongo

Mulher de Retirante

Na beira de uma estrada,
Pertinho dum vilarejo.
Uma mulher acenando,
Olhar triste e sorriso meigo.
Parece um lugar distante,
Uma terra esquecida.
Lá, se vê mais morte que vida,
É terra que nada tem,
É terra de retirante,
Não se vê homens na lida
Espera a chuva,
A chuva não vem.
Mas de longe se ouve a oração...
Ave-Maria, amém!

A poucas jardas dali,
Uma mulher na janela,
Olhando fito horizonte
E nessa triste mazela,
Espera a volta do seu homem
Que se foi pra lá de ontem - ontem
E seu sorriso, com ele partiu também,
Mas de longe se ouve a oração...
Ave-maria, amém!

Levado pela esperança,
Roupas velhas na velha mala,
Foi longe tentar a sorte,
Pra seus filhos livrar da morte.
E para trás deixou ela,
Numa triste e vã espera;
Como quem vê o sonho,
No horizonte daquela janela
Sua boca nada diz,
E se a ela perguntar...
Ainda diz que é feliz,
Mas seu olhar tudo fala
Da fome e da saudade
Que seu coração não cala.
Nada na mão, nem um vintém,
Mas de longe se ouve a oração
Ave-Maria, Amém!

(Sirlei L. Passolongo)

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