paixão

Foto de Manu Hawk

Devaneio

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Sonhei que poderia te alcançar,
tocar teu rosto,
enxugar tua lágrima,
ouvir tua voz,
sentir tuas mãos,
molhar tua boca,
apertar teu corpo
num abraço forte,
intenso,
demorado,
desejado...

Sonhei que poderia levitar,
desalinhar teus cabelos,
arranhar tuas costas,
roçar em tuas coxas,
beijar teu peito,
me perder em teu sorriso,
refletindo minha alma através do teu olhar!

Sonhei que poderia sonhar,
ter direito aos desejos,
realizar, amar.

Acordei...
Mais uma vez sem asas pra voar!

(por Manu Hawk - 10/09/2004)

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Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Foto de Carmen Lúcia

Perdida(mente)

Perdidamente, me pus em teu caminho...
Bebi tuas palavras, sorvi teus devaneios...
Aspirei os teus suspiros, desvirtuei teu ninho,
sagrei os teus segredos, rompi teus entremeios.

Perdidamente, cruzei o teu destino...
Lambi o teu suor, saboreei teu vinho,
desalinhei tua rota, arrombei a tua porta,
mudei a tua sina... em direção a minha.

Perdidamente, joguei-me em teus braços...
Forcei os teus abraços, me ofereci a ti,
forjei teus sentimentos, ceguei-me à realidade
e entre delírios loucos...aí que me perdi!

(Carmen Lúcia)

Foto de Margusta

Amor, é Primavera!...

Dizem que já é Outono meu amor
Mas, eu e tu sabemos que não
Quando nos amamos com esse ardor
De sol quente, em dias de Verão

Para nós, o Inverno nunca irá chegar
Mesmo que o tempo, diga que é assim
Pois, é nesse nosso jeito de amar
Que o próprio tempo se perde, sim!..

E o brilho das estrelas, do sol e da lua
Espelham a paixão...Ah, e os ardentes beijos
Sufocados por dias, de longa espera...

E, se, perguntares ás pedras da própria rua
Nas horas habitadas por todos os desejos
Dizem-te amor que não é Outono. É Primavera!...

@Margusta

* Reservados os direitos de autor *

Foto de Joaninhavoa

És meu eterno amor.... (von Buchman), Hoje e sempre... (de Joaninhavoa)

*
E o mais puro desejar...
*
Eternamente...
*

Meu amor...
Teus doces carinhos, mui gostosos
e mui loucos me levam do delirar ao viajar...

(Von Buchman)

Eu não consigo resistir…
Meu amor…
Chego a ti devagarinho e poiso meus lábios
Nos teus. Deslizo entre montes e vales, contornos
Lambo lóbulos, e sussurro aos teus ouvidos
- “Vem a mim -, e ama-me perdidamente…”

(Joaninhavoa)

Neles mergulho em teu corpo, nos mais deliciosos lugares de prazer
e pleno êxtase do amar ..
És a mais deliciosa fonte inesgotável de satisfação...
És um poço sempre cheio de sedução,
um lago inimaginável de sonhos e fantasias….
Teu corpo ao amar é um verdadeiro balé de fetiche
e êxtase de sedução...

(Von Buchman)

Como corrente flutuante afundamo-nos
Em doces fragrâncias, fôlegos infinitos de prazer…
Nossos corpos são um imenso eco d`êxtase em dança
Um desfalecer e um renascer…

(Joaninhavoa)

Os teus dengos levam-me a te mimar,
encher-te de carinhos e ver-te me desejar,
conduzindo-me ao eterno amar...
É uma delícia navegar em teu corpo que é um convite ao pecar...

(Von Buchman)

Eu te dengo com meu capricho caprichado,
te viro de todos os lados…
E tu me pegas num sorvo alucinado,
por ninguém nunca antes navegado

(Joaninhavoa)

O dedilhar de meus dedos em tua carne
e o passear de minha língua em tua pele,
levam-te aos arrepios e ao me desejar...

(Von Buchman)

Dás rumo a desejos quando me tocas,
e olhas meus olhos. És o leme
minha frequência sempre que me dedilhas…

(Joaninhavoa)

Ah ! Teu corpo jogado sobre a cama
é o de uma deusa do prazer...
Teus murmúrios e gemidos ao meu ouvido
são como canções de sereias ao acasalar...
Muitas vezes limito-me só a ti olhar,
pois minhas mãos impuras não merecem tocar-te,
nem no pensar...

(Von Buchman)

Mostra-me o que dizes sentir por mim
Se é assim como dizes ser
Pois te quero como a uma bela canção sem fim
Sempre a me penetrar desde o amanhecer
E pr`além do infinito entardecer…

(Joaninhavoa)

És fatal nos mínimos detalhes...
Quando olhas-me cheia de desejos carnais...
Uau...
Fazes-me teu escravo no teu saciar...

(Von Buchman)

“Faz-me tua”. É este o meu pensamento…
O que meus olhos te podem dizer
Canto e cantarei este “lied” hoje e sempre…
Eternamente…

(Joaninhavoa)

Sedutora e possessiva és, não uma mulher, mas sim,
o puro êxtase do meu realizar...
Que boca carnuda e gostosa tu tens,
quando falas deixas-me a mil ,
o tocar de teus lábios um no outro é um fetiche de sedução...
A silhueta de tuas curvas sobre o lençol de seda ,
é algo tão perfeito que nem tenho palavras para explicar...
Teus cabelos sedosos e assanhados fazem o pleno convite ao amar...
A cada despertar do amanhecer renova-se meu eterno amor por você...

(Von Buchman)

Como se inflama teu coração, meu amor, minha paixão…
Em mim fervoroso o teu sentir, pois és meu exlibris
Minha tesão, paixão em comunhão…

(Joaninhavoa)

És meu jardim de inverno
regado ao néctar dos nossos orgasmos,
um eterno amar ...

(Von Buchman)

Néctar do amor e do amar
Da pauta harmonizada, bailada…
Direccionada em arco perfeita.

(Joaninhavoa)

O sol nasce e com ele nascem
as flores que brotam ao raiar do dia,
com elas brota minha eterna paixão por você...
És pura sedução ...
Cheia de amor e de paixão...
Linda e bela mulher que um dia eu conheci
e até hoje vivo meu mais lindo e puro amor...
Não há mulher no mundo que venha superar
dos teus mais singelos carinhos ao teu mais gostoso se dar...

(Von Buchman)

Eternas são as forças da natureza
Como o Sol, a flor, o amor, a paixão…
Eu e tu, Tu e eu -, agora e sempre
Eternamente ….

(Joaninhavoa)

Tenhas meu eterno amar e meu mais ousado desejar...
Beijos e mimos de paixão
de quem nunca poderá esquecer-te
ou deixar de amar-te..
ICH LIEBE DICH ...
do Von Buchman

Nota: Enquanto havia no campo um jogo
de espadachins...
Tomei a liberdade de avançar...
Um duo, surguiu, emergiu, aconteceu...
Das profundezas, das entranhas, cálidas da
madrugada...

Se não quiser o duo, Buchman, esteja à
vontade - eu carrego na tecla do "delete"
e fica naufragado no meu blogue.
A escolha é sua!
Joaninhavoa

Foto de DAVI CARTES ALVES

LAVÍNIA, ESQUEÇA O QUE ELES PENSAM

Eles sempre acham que, “ tanto faz!”
Mas gosto desta sua escolha
De charmoso tailleur na quinta
E de arrebatador top crochê na sexta

Ambos nesse brilho labial
Recomendaram, aos meus hormônios
Algumas caixas
de gardenal

Eles sempre dizem, por mim!?
Mas gosto da tua atitude
Em vez de chutar o balde,
Aumentando a matança lá fora
Oferece um olhar demorado pra violeta na janela
E corriges as lindas madeixas
Com tua tiara da paz

Eles sempre querem ir nesse
Mas gosto da sua prudência
De esperar o próximo,
Pois este sempre sai entre palavrões
E seres ejetados pela avenida
E no próximo, posso contar as gérberas
Na tua mini-saia florida

Eles nunca perceberam mesmo
Mas de, outrora
vespa beliscada e ruidosa
A “esbofetear” em vão as almas de vidro

Tu engolfaste minha alma
Na paz comedida
De peixinho discreto
A mordiscar as algas
No teu mar de bonanças.

poesiasegirassosis.blogspot.com

Foto de Carmen Lúcia

Co-autora

Quando eras rei, te aclamava...
Eu... tua platéia, rainha ou escrava,
entre risos e gritos da meninada ouriçada,
aplaudia tuas bravatas...Contigo sonhava.

Juntos crescemos, adolescência atribulada,
eu, apaixonada, sem nunca ser notada...
De tuas paixões, a coadjuvante,
de teus enredos, figurante...
Como cineasta, sempre davas as cartas...

Emaranhei-me nas teias de tuas desilusões,
choravas as minhas lágrimas derramadas...
Em teus filmes, fui figuração...
Enquanto a protagonista roubava teu coração.

Lado a lado, vivendo tua história,
Lamentando teus erros, vibrando tuas vitórias,
fui sombra que protege de sóis que escurecem
ofuscando a visão aos valores que enobrecem...

Mas, nas vezes que te senti morrer
(e que de vez iria te perder)
tomei-te as cartas...eu mesma as dei...
E sob a minha direção
transformei realidade em ficção...
Mudei a trama, fui produtora,
Juntei-me a ti, protagonista e co-autora.

(Carmen Lúcia)

Foto de Civana

Jogo Insano II

Ah... Esse jogo insano,
de cartas sobre a mesa,
sem blefes, nem enganos.

Desliza no verde veludo,
estuda os movimentos,
cruza olhares,
boca resseca,
coração dispara,
lambe os lábios,
ansiedade aumenta,
frio percorre o corpo,
pêlos arrepiam,
é a vez...

Ah... Esse jogo insano,
entre olhares,
por baixo dos panos.

(Civana)

Foto de Nellyra

Amante amada!

Sabe..., principalmente em noites de lua cheia (a nossa lua)
Eu me delicio imaginando como seria
Ser teu esposo em vez de teu amante!
Karacas!!! Há cinco anos somos amigos
Há quatro somos amantes
Não recordo de nenhum atrito ou momentos maçantes

Dormir ao teu lado..., acordar com você!
Katsooo!!! Me faz assim feliz!
Me faz sentir que a vida vale mesmo a pena
Que a gente pode amar e ser amado
Que a grande felicidade, começa bem pequena

Em nós o desejo é pleno, total e livre
Amor despojado, ardoroso, gostoso e natural
Desejo de pele, de dois amantes no cio
Esquecidos de toda regra do mundo social
Amantes de verdade sem interesse vazio
Senão o sexo, o toque, o gozo animal!!!

Qual mulher, jamais possui como você?
Disposta a aprender e ensinar..., sempre novidade!
No sexo fértil imaginação, na vida..., doce companheira
Amante amada, serilepe, elegante e brejeira

Ah! Mulher... tu és linda!
Adoro teus cabelos negros e sedosos
Teu seio qual pêra rija e madura
Teus olhos, amêndoas negras... sensuais!
Tudo em você me leva à loucura
Você é o bem querer que esqueço jamais!!!

Vou te amar pra sempre...Sempre!!!

Foto de Nellyra

???

De que dimensão você veio?
Como consegue me deixar tão indefeso?
Porque não tenho aquela reação machista tão comum?
Porque me dispo de orgulho... e de soberba?
Porque consigo dizer com tanta facilidade
Te desejo, te quero..., te amarei pra sempre...?

A cada dia, a cada momento... te desejo
Meu coração, mudo, já não tem motivos pra sorrir
Com certeza se falasse algo, seria teu nome
Se pedisse alguém... esse alguém seria você
E eu me quedo triste, te desejando
Só a lembrança de teu corpo... gostoso!
É o orgasmo que hoje me permito

O calor úmido de teu sexo, que ainda sinto nos lábios
Teus seios lindos, macios, rijos e deliciosos
Que tantas vezes suguei com volúpia e sofreguidão
Gostoso, macio..., o biquinho duro de tesão!
O bulinar gostoso em tua intimidade
Fazendo jorrar teu sêmem, teu prazer...

Com quanto prazer me lembro, do gozo completo
Nosso sexo gostoso, maluco, animal e sem limites
Sexo sem frescura, total entrega... o nosso sexo!
Escrevendo esses meus pensamentos
Lembro tua vulva e me excito
Como se pudesse de toda forma
Te penetrar, quente, gostosa, arrochada e molhadinha

Karacas, mulher! Tu és fêmea em tudo que fazes
A fêmea de verdade, a mais tesuda com quem já fiz amor!
Não se esqueça nunca...
Você é e sempre será a minha nêga
O meu tesão, a minha amante gostosa!
E mesmo que a terra trema, que o mar seque!
Eu vou te amar e te desejar pra sempre!
E vou te esperar, mulher de minh’alma, de minha vida!
Só você põe fogo em meu coração...!!!

Vou te Amar pra Sempre... Sempre!!!

Foto de Carmen Lúcia

A bela cigana

“A bela cigana”

texto inspirado no conto de Machado de Assis: "A cartomante"
(Homenagem ao centenário da morte de Machado de Assis)

O velho relógio da matriz acabava de ribombar a nona badalada, que pairava no ar, feito fundo sonoro e enigmático da história empolgante que acontecia.
Passos apressados se fizeram ouvir, como os de alguém que ansiava chegar rapidamente ao destino a que se dirigia. Pelo toc-toc dos sapatos percebia-se serem de salto alto e consequentemente, de mulher.
Parou por uns instantes numa esquina, como que a espreitar, sem se fazer notar, ao ouvir o barulho de um trem. Esperou nervosamente sua passagem e atravessou a linha. Seus passos agora eram mais rápidos, como se quisesse recuperar o tempo perdido.
Seguiu pela Rua do Porto, tortuosa, escura e esburacada. Aquela noite sem luar estava
propícia para o que se propusera a fazer. Uma grande aliada! Após atravessar algumas esquinas úmidas e sombrias, chegou ao local que lhe haviam, sigilosamente, indicado.
Não era bem uma casa, mas algo parecido.Deparou-se frente a um barracão bastante surrado, meio fantasmagórico, mal iluminado por velas e lampiões.
Ficou assustada.Pensou em voltar, desistir de seu intuito, mas o motivo que a levara até ali era muito forte e resolveu continuar.
Olhou para os lados para certificar-se de não haver ninguém por perto e começou a bater palmas.
Uma figura excêntrica, trajando roupas exóticas e coloridas surgiu silenciosamente feito uma aparição. Escondia o rosto num véu, lembrando dançarina do Oriente Médio, deixando à mostra um par de olhos negros, grandes, belíssimos e um ventre bem torneado.
- Boa noite!disse-lhe Lígia.
A cigana fez um leve movimento com a cabeça, cumprimentando-a e estendeu o braço, apontando-lhe o local a que deveria se dirigir.
Ambas sentaram-se nas almofadas que havia ao redor de uma mesinha onde a misteriosa mulher, à luz de velas, começou a colocar cartas de um baralho sinistro, pedindo que Lígia escolhesse algumas. E assim ela o fez, sem tirar os olhos da bela cigana, agora sem o véu.
De repente, viu um largo sorriso em seus lábios, revelando dentes muito alvos e um canino revestido de ouro.
-Vejo imensa luz em seu destino!Seus sonhos serão realizados!Nada a afastará de seu grande amor.Somente a morte, após terem vivido longos anos de felicidade.
Em seguida, pegou a mão esquerda de Lígia :-Essa linha mais comprida da palma de sua mão vem comprovar o que lhe disse.
Lígia sentiu-se muito feliz e um alívio tomara conta de seu coração.Pagou a mulher, que já aguardava o pagamento pelo seu trabalho e retirou-se dali.
Eram vinte e três horas quando chegou à Avenida Coronel Alcântara, onde residia.Não ficava distante do local de onde viera.
Tirou as roupas, os sapatos, vestiu uma camisola branca e deitou-se, sem qualquer ruído, ao lado de Álvaro, seu marido, que roncava, dormindo profundamente.Apagou a luz do abajur e adormeceu logo em seguida, satisfeita com o que ouvira naquelas últimas horas.
Cássio a esperava no lugar de sempre, sem muito movimento de veículos e transeuntes.Final da Rua Vinte e Oito, local ideal para encontros clandestinos.Olhava seu relógio, pois, já passava das vinte horas, horário combinado por eles.

Lígia apontara na esquina, mais bonita que nunca, com um insinuante vestido preto colado ao corpo, ornamentado por um generoso decote, mostrando seu colo macio e branco e uma boa parte de seus seios.Deixava no ar um rastro de perfume francês.
Cássio a olhou com olhos de admiração e desejo.Saiu do carro e abriu a porta para que ela entrasse.
Partiram para um lugar retirado, onde pudessem conversar e namorar tranquilamente.
-Nada irá se opor a nós!As palavras da cigana foram convincentes.Seu misticismo é contundente.Não há como descrer.
Ele riu da credulidade infantil da amante, mas não proferiu qualquer palavra sobre o assunto.Preferia-a assim, crédula e feliz.
Cássio havia sido chamado ao gabinete de seu chefe. Esperava o elevador que demorou um bom tempo para chegar.Bateu à porta levemente e ouviu:-Pode entrar!
Álvaro girou sua poltrona e ficou frente a frente com seu assessor.Fumava um charuto cubano e fazia questão de soltar a fumaça em direção ao seu subalterno.
Este ficou um tanto constrangido, pois notou algo de diferente no ar. Pensou:-Será que ele descobriu tudo?
-Preciso resolver um problema da empresa, em São Paulo, e pela confiança inabalável que tenho em você, pela sua inegável competência, quero pedir-lhe que vá em meu lugar, pois tenho outros assuntos pendentes a resolver .
Deu uma pausa no falar para acender outro charuto.
Cássio jamais negaria esse pedido ao seu chefe e amigo, ainda mais pela consciência pesada que trazia, decorrente da traição amorosa com sua mulher.
-Conte comigo, Álvaro!Amanhã mesmo tentarei resolver isso.
Sentiu-se livre do mau presságio que o invadira.
Combinaram o horário da viagem, despediram-se e Cássio voltou para sua sala.
Lígia atendeu o telefone que tocava insistentemente.
-Olá, querida!Que tal irmos para São Paulo e termos uma semana somente para nós?
Do outro lado da linha, uma mulher pálida e trêmula, não sabia se chorava ou ria.
Ele a tranquilizou e até sugeriu uma desculpa ao marido.Ela diria que precisava visitar uma amiga de infância, em fase terminal de câncer, na cidade de Resende.
Bem, parecia que tudo conspirava a favor para que os amantes ficassem juntos por mais tempo e se amassem muito.
Poucas horas antes da viagem, Lígia fez um pedido ao Cássio:-Gostaria de agradecer à cigana por essa felicidade, que em grande parte, ela nos proporcionou, já que eu andava tão angustiada, acreditando numa possível desconfiança de meu marido.
Cássio colocou alguns obstáculos nessa idéia da amante, mas, se era para deixá-la mais feliz, concordou.
As horas passavam e Lígia não chegava. Preocupado, resolveu ir até lá. Já era noite e um chuvisco embaçava o vidro do carro, deixando-o impaciente. Parou próximo à linha do trem, para esperá-lo passar. Era um cargueiro que parecia não ter fim.
Finalmente, linha desimpedida! Acelerou o carro e chegou em frente ao barracão que sabia muito bem onde se localizava, graças às informações de Lígia.
Bateu palmas e ninguém apareceu. As velas acesas piscavam e os lampiões estavam apagados.
Resolveu entrar, na surdina. Pé ante pé...A cena que viu jamais sairia de sua mente. Abraçados sobre as almofadas, a bela cigana e Álvaro...e mais adiante, numa poça de sangue, o corpo sem vida de seu grande amor...Lígia!

(Carmen Lúcia)

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