Hoje voltei a desenhar...
Oh!
Há quanto tempo não desenhava...
Desenhei-te a ti,
desenhei-me a mim.
Soube-me tão bem.
Desenhei uma margarida,
desenhei uma borboleta...
Desenhei um limão!
Não cabia tudo numa
só folha.
Desenhei tanto...
Apenas fechava os olhos,
e saía tudu para o papel.
Desenhava tudo o que me agradava,
e por muito mal que saísse,
eu gostava sempre:
Tu apertavas-me a mão,
eu beijava-te na bochecha,
a margarida sorria para mim,
a borboleta voava feliz
e o limão
era mais amarelo
que qualquer outro!
Até que abri os meus olhos.
Deixei cair o lápis.
Fui apanhá-lo.
E quando vi,
os meus desenhos já não
estavam lá.
Foi...
Nem sei.
Tive medo.
Tive medo
de nunca mais conseguir desenhar.
Então fechei os olhos...
E lembrei-me de ti,
da Margarida,
da Borboleta
e do Limão.
Peguei noutra folha.
Fui buscar outro lápis.
E...
Começei a desenhar.
Até as folhas acabarem,
e o lápis se gastar.
Oh!
Como eu gosto de desenhar!