Hà dias ,sem dar por mim
Imaginei o tempo nas minhas māos
Que eu segurava como uma flor de Jasmin
Enquanto flutuava a minha imaginaçāo
Na procura daquele sabor de vida
Como nāo mais terei outro igual
Sou um comboio sem locomotiva
Imovél naquela estaçāo habitual
Esta nostalgia que se dissolve na minha alma
Abandonando a idade do meu corpo
Apregoando numa voz que estala
Quero tanto de volta, viver aquele moço
E foram breves e escassos momentos
Naquela travessia até ao porto da idade
Abri as māos deixei cair o tempo
E com ele a imaginaçāo na realidade.
zehervago
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PALAVRAS DOS PASSOS NA CHUVA
Enquanto já chove na cidade
Acordo num dia como hoje
Onde viver é a minha necessidade
Espremendo o remoto para mais longe.
Vou sair, vou desfolhar as ruas
Que escrevo nos meus passos
E que a chuva logo extenua
Ingénua, julgando achar devasso.
Mas estou dentro e sério
Quero que resulte em poema
Com um certo sabor a mistério
Libertando palavras das suas algemas.
Sobre o olhar, daquele velho senhor
Arrumando os óculos no nariz
Sou bom-dia,Sou escritor
Observo e anoto o que ele me diz.
A sua idade contém fragmentos
De histórias,para sempre
E olhando o céu por momentos
Fala-me evocando vagamente.
De como criança e quis crescer
Dos planos, dos sonhos e o amor da sua vida
Citando um nome que não vai esquecer
Que vejo numa lágrima perdida.
Por segundos pousa o rosto nos joelhos
Para quem passa, estar a meditar
Ele vasculha o tempo por conselho
Se de nada esqueceu para me contar.
Erguendo o rosto numa pressa lenta
Arrumando os óculos no nariz
Diz-me,a vida que viveu nāo se inventa
Que se sinte,realizado e feliz.
Deixa-se dominar de emoção
Chora uma criança nos meus braços
Apenas falam as suas tremulas māos
Para continuar, escrevendo ruas com os meus passos...
zehervago
Meu comentário
Adorei o poema! Muito bem escrito! Parabéns!
Hélder Duarte