RIO REVOLTO
Odir, de passagem
Perdi-me dos passeios inocentes,
das crenças nos cenários, das certezas,
da pureza primeva das nascentes,
ao provar dos pecados as proezas
Qual riacho revolto nas enchentes,
causando convulsões nas correntezas,
sou hoje um rio de paixões pungentes,
cascateando choros e tristezas!
Lançar-me no mar morto e ter comigo
a paz das poças d’água, onde um pingo
de chuva faz marolas sem perigo.
Mas sou sobras de enxurro e não distingo
um mar morrente que conceda abrigo,
para um rio revolto e choramingo!
JPessoa, 18.01.2011