A manhã nunca pede
mais que um par de sandálias;
mas a noite davéspera conserva os seus collants
Não me espanta o mau gosto
com que a Vida se veste,
se as manhãs e as noites
morrem longe de ti
É só ao fim da tarde
que te surjo descalça.
Só então autorizas
o meu número de circo;
ajoelhar a boca
no centro do teu corpo,
regular com os lábios
a chama de uma vela.
Juras que nos meus braços
vives em pleno Verão;
que se mede em segundos
o pulso à Eternidade:
que a sombra te embriaga
muito mais do que a luz;
que os acasos te exaltam
o futuro nem tanto.
Somas os meus orgasmos
para teres a certeza
de que um quarto de século,
entre nós, não é nada.
Eu recolho o teu sémen,
como quem executa
a prova irrefutável
de que só me pertences.
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