Farrapos do coração
Vestindo o que restou dos farrapos,
farrapos de mim do meu coração,
estraçalhado pela dor
vou brincando e tentando sorrir
deste sofrer atroz que aniquila
a alma e me deixa sem chão.
Não sei se consigo pois vivo
ao léu tentando apanhar
o pouco que restou nas franjas dos
ventos, sofro, morro aos poucos...
Já não há mais a esperança no amanhã
pois só tenho noite e nem mais o crepúsculo
ou a força d'aurora me é permitido,
meu céu não tem estrelas
e nem esperança no coração.
Marta Peres