São meus caminhos
meu corpo todo dolorido
parecem farpas finas do espinho
do cascalho.
Queima minha alma
como queimam pedras nos pastos,
nos campos
parece incendiar
como incendeiam cidades
caminhos, os sonhos.
Neste meu caminho,
no chão
desenho meu mapa de liberdade
de grito de independência
de vida.
Já passou,
passado, presente não existe mais
todos se foram
todos virão
nesta encruzilhada onde muitos
passaram fico eu,
triste, só,
deixo marcas profundas
sigo o canto do pássaro
trancado na gaiola
meu verso é livre, voa
num vôo inconformado da paixão.
Marta Peres