Estou a escrever...
É muito chato viver e, neste mundo, não poder ser aquilo que realmente gostaria.
Ver que aqui as coisas se realizam sem que eu perceba sequer um pequeno vestígio do meu ser nelas.
Não pertenço a este lugar!
A recíproca é verdadeira, já que este lugar também não me pertence, não me preenche e, em meu coração, ele não ocupa espaço.
Quero me conhecer...e a única maneira de fazer isto acontecer é visitando o mundo do qual faço parte.
As folhas de papel em branco são os caminhos que tenho a trilhar em busca da realização e conhecimento pessoal.
Elas vão me indicar o lugar, mas...
Talvez não exista um lugar.
Meu ser é feito de caminhos.
Para que chegar?
Viverei como andarilha desses caminhos de papel que não têm fim.
Serei a cigana das palavras e com elas, construirei impérios, mundos, seres, hábitos, perguntas e respostas que não me levarão a destino algum.
Meu destino está em percorrer caminhos e fazer deles o meu lugar de viver.
O único lugar no qual eu posso ser.
E...se querer é poder.
Poderei por estas ruas trilhar, sem a algum lugar chegar.
Passarei o tempo a cantarolar os versos e canções que meu coração expressar.
Escrevo...escrevo porque quero que o mundo que me habita faça parte do mundo externo mais do que este me faz parte.