Há dias em que nada tem graça:
A lua brilha sem luz,
O Sol arde sem queimar,
E a água não mata a sede.
Tudo a nossa volta é vazio.
As palavras não se encaixam,
Os pensamentos são fúteis,
A vida treme no fio da navalha.
Os livros já não tem mais significado.
Os discos não conseguem aconchegar...
A tela do micro é uma pedra de gelo
E o carteiro se esquece de chamar à porta.
As curvas da estrada já não dão emoção.
O ronco do carro agora é barulho!
O locutor é um chato desmedido
E nem mesmos as propagandas conseguem fazer sinal.
Estamos cercados da mesmice!
A casa é mesma,
O corpo ao lado é só corpo,
A bagunça na sala já não traz alegria.
A solidão parece um caminho.
O roleta russa uma obsessão!
Mas na hora do gatilho, o último sentido:
A voz do amigo.
Comentários
Muito verdadeiro
Gostei muito do seu texto porque transmite muito a realidade.
5 estrelas. Parabéns!