Dentro de mim dormem tantas vidas,
histórias que parecem avulsas,
das íris, no espelho refletidas,
lembro tantas personas vestidas,
que no decorrer, foram expulsas,
junto de verdades esquecidas.
Sempre renôvo enquanto morria;
um sonhador; guerreiro; amante
e em papéis sem protagonia;
o salario, as vezes, poesia...
e quimera louca, delirante,
que chegou no hoje deste dia.
Eu já tive castelos, já fui rei.
Também encantei a liberdade
e fiz maldades, e também sangrei.
E amor por todo sempre jurei,
mas, tais não viriam minha idade.
Foram sim eternos, vero amei...
E nova pessoa sobrepôs-se,
impondo ao “descontemporâneo”.
Mas, suspeito que se ainda fosse
tornaria, convicta e doce,
pétrea dureza em simultâneo,
tal não sendo ela a que acabou-se.