Tradução
Paulo Gondim
20/01/2013

Tua postura me intriga
Teus gestos são estranhos
E me confundo
Respiro fundo
Viro o mundo
Para te entender

Há em ti um inconsciente
Que me faz dependente
E me pergunto
Se fico junto
Ou fujo do assunto
Sem compreender

Há em nós várias incógnitas
Silogismos indecifráveis
Desconexos
Complexos
Avessos
Como resolver?

Afinal, o que somos nós
Alienígenas, zumbis
Alucinantes
Viajantes
Amantes?
Difícil saber

Essa tua linguagem me assusta
Que meu pensamento desajusta
Me desencanto
Me espanto
Em pranto
Sem tradução

O que foi que em mim mudou
Ao longo de tanto tempo
E eu te irei responder
Foste tu quem me ensinou
Nos caminhos da vida
Contigo muito aprendi
Fizeste-me gostar da vida
Mesmo vivendo sem ti
Muito tempo andei confuso
Sem saber mais que fazer
Foste tu que me ensinaste
Como eu ter gosto em viver
Pergunta-me
Que já tenho a resposta certa
Antes eram sonhos e magias
Com o tempo se desvaneceram
Não foram mais que utopias
Pergunta-me
Porque foi que tanto mudei
Tu me ensinaste a ver a vida
Agora me sinto bem melhor
Vivendo feliz com a vida

De: António Candeias

Minha dor está passando
Deixei de pensar mais em ti
Agora até já me sinto bem
Por me ter esquecido de ti
Como tu te esqueceste de mim
O mesmo a mim aconteceu
Não preciso mais do teu amor
Porque ele nunca foi meu
Entraste forte no meu coração
Isso eu não o poderei negar
Agora que já te esqueci
Ganhei força para lutar

De: António Candeias

Dizes que me tens amizade
Então porque foges de me falar
Se fosse verdade o que dizes
Comigo irias conversar
Eu bem queria ter-te comigo
Para te ouvir e puder apoiar
Não sei o que por mim sentes
Que só te vejo de mim afastar
Vejo-te sempre sozinha
Parece até que tens medo
Porque foges tanto de mim
Se eu até guardo o teu segredo
Deixa-me ficar contigo
Se me tens assim amizade
Que serei sempre teu amigo
Podes até falar dos teus medos
Que guardarei sempre comigo

De: António Candeias

No teu olhar

É no teu olhar… que vivo!!!
... aquecendo o meu corpo...
... de vendaval... com o calor...
... Das lágrimas... beijos os teus lábios.
É no teu olhar… que vivo!!!
Perdendo o sono... de tanto...
... Respirar o sabor da tua pele...
... Mordendo... o perfume...
... Do calor desejo.
É no teu olhar… que vivo!!!
Olhando o final... desta saudade...
... Eu vou voar para seus braços com prazer...
... Suspirando na minha vida...
... Eu vou te encontrar...
... No meio da solidão.
É no teu olhar… que vivo!!!
Eu não posso te deixar...
... Fugir... pois agora te encontrei...
... De tantas voltas que dei...
... Hoje sou Feliz... e Amo...
... Você....

É Carnaval!
Demos espaço para a alegria.
Quem sabe toda essa utopia
caiba no coração de cada um
e se torne verdadeira,
ainda que até terça-feira.
A realidade do momento
fomenta o desejo de contracenar,
liberar o seu grito entalado,
e contagiar.

Que se cale toda a tristeza,
abram alas pra tanta beleza
onde os sonhos desfilam anseios
de um ano inteiro...
e o riso sofrido convence toda a multidão
que aplaude tal felicidade com empolgação,
onde o rito da autenticidade é encenação
e as cinzas da quarta encerram a grande ilusão.

_Carmen Lúcia_

O meu amor foi digno de dar dó
Existentencia vangloriosa em amar
Pé de barro em viver e gamar
Sonhei sonhar, sobrei

Aproximei em viajar
Me encantei em existir
Resvanleci em ti sentir
Desprendi em não ti ter

Só posso morrer
Só como vivi
De encantar, encantei

Me aconchego nesse instante
Sonhar bebe amante
Nessa caixa cabe só um

A realidade é boa pra estudiosos
Quem vive só pra sentir
O vomito agora: UAGUEH UGUIHHH
Uaglrrgirr, vlugg uaguiiglirr

Nunca mais irei existir
Tão menos irei sorrir
Porra sempre serei a limpar
Toda cachorrada dominada

Vivendo sempre si
E todas amar e sentir
Viver por possuir

Sorte escorregar vivendo
Amar-te morrendo bem
Despreendendo por mim

A substância no líquido escuro e quente,
que sai do brilhante e frio recipiente,
que é frio por fora, porém, por dentro és ardente;

Revela as descomplicações das rodovias cinzentas,
estabelecendo a paz e calmaria em meio a tormenta,
aumentando o ácido na bolsa amarelada,
mas deixe-a pra lá, é resistente, está apenas descorada;

Mas aguenta os impactos dos farelos esfarelados,
em meio as montanhas brancas e os vales avermelhados,
chicoteados por seu chicote, sensível e molhado,
que se sacode para todos os lados;

Que dá prazer se encontrando com outro chicote molhado,
ou molhando um corpo, deixando seu rastro, deixando-o arrepiado,
ou saboreando a substância do líquido escuro, no fogo esquentado.