Ocaso
Sempre que o sol ardente
Se afoga lento neste mar
A Terra vira as costas
E rende-se ao luar.
Mas nasce o dia
A cada noite.
Rompe-se a luz, da escuridão.
E nem o Sol escurece o teu brilho,
Nem a Lua me deixa tranquilo.
Deixa a luz entrar e reflectir em teu corpo;
Deixa-a dançar na tua pele que reluz;
Deixa a tua pele mostrar que é bela;
Deixa-a ser o corpo de luz que me seduz...
Hoje não estou triste nem estou acordado,
Sinto-me apenas desligado...
Uma sensação de queda perpétua...
Este desamparo consciente
É uma incerteza concreta
Que ilumina a minha mente...
Que se passa comigo,
Que apenas passa por outros?
Não passes por mim...
Fica comigo assim...
Ter presente o amanhecer
Com a presença da Lua,
É presenciar o oferecer
do presente que é a Tua.
Mantém-te com vida aqui dentro...
Bem no centro do pensamento...
Como luz da razão,
Com corpo de sensação
E pele desta comunhão...
Vivo todas as vidas nesta
Como flor na floresta.
Na modesta cor das horas,
Tento viver os agoras.
é nestes dias em que paro
que sinto o que pára a meu lado.
e se estou sentado não saro
da ferida de estar parado.
Persigo uma dúvida
Em busca de certezas...
Mas no limiar da vida
Serão elas as fraquezas...
Porque saber torna real
A diferença entre bem e mal...
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