CIRANDA DE PANO
Na ciranda de um vento repentino e arteiro,
Girava perdido um pequeno retalho de pano.
Desbotado e corriqueiro brincava de roda.
Na roda viva da vida ria da canção do vento.
Sua alegria era tola, de retalho sem sentido.
Girava na roda gigante do tempo de viver.
Arte e movimento, esse era o seu sentido.
Mas logo tornou-se a alegria da criançada,
Que por inocência nasce simples e feliz.
Serelepe e tonto subia e descia no corrupio,
Arrastando a molecada em pleno alvoroço.
Despediu-se em uma lufada mais forte.
Foi para o alto vencendo muros e morte,
Leve e sem esforço para cumprir seu tempo.
Rosamares da Maia / 12.03.2013.