Um canto as mulheres
Sóis.
Mares de lentidão azul esverdeada.
Amores meus,
sou como as luzes que refletem em vós,
sem tuas cores sou invisível.
Solstício.
Alvorada com canto de pássaros.
Passo rumo ao céu.
Misteriosa,
ondas na madrugada que vêm silenciosas,
ti esperam, ti tomam,
ti percorrem, mas não ti domam nunca.
Rosa em desabrochar.
Monumento andante.
Cortam mares, ares,
Homens, tolos, viajantes,
para a um metro de vós,
distância dum instante,
um mundo inteiro descobrir num passo.
E eu a passar apressado para vê-la,
esta minha pressa de dizê-la
ti fazer revolta,
ti rasgar a roupa sem desculpa
e ao ti ver nua possuir-te.
Ao abraçar-te, montanha nevoada,
não ver-te o cume
e assim ter ciúme do que os outros podem ver.
Eu que ti falo como prece,
como um pássaro que sobe ao céu e nunca chega.
Eu enrijo minha asa e minha letra para buscá-la.
tu a que chamam mulher
chamo eu coisa outra,
quem me dera ir por entre tua roupa e ti roubar
esta coisa que me encanta
e o mundo me amaria como a ti,
e eu me amaria como a ti.
Mulher, terra prometida.
Não estar em ti é despedida.
E o mundo assim é alheio.
Solidão
é não estar contigo
Conclama que eu parta e me abandone,
me manda perder-me em alma e sonho, e devaneio e graça,
ou só me aparece um segundo que já não sou meu próprio
Me diz adeus calma e serena, e com lágrimas nos olhos
que tuas lágrimas sendo minhas são motivo
e sendo doutros são revolta
Me chama mansa, me abre a porta que vou sem nada,
sem casa, sem tristeza na face.
Vou com sorriso para nossas montanhas,
para nossos palacetes por entres as florestas dos sonhos
e os vales de minha mente sonhadora
Me arranca o ramo da esperança com um rosto de partida
que me cresce uma floresta inteira,
E logo, a luz do dia, minhas muralhas se condensam em tua partida
e choram.
Chora ao meu brado grita, que aflição contigo é o céu
e o sorriso alheio é o inferno sem o teu
Que não me interessa
nada feliz, nada risonho
nada perfeito, nada eterno;
na eternidade me basta a memória
de teu seio e teus braços laçados nos meus,
misturados como nossos.
Nossas mentes que se chamam caladas.
Teus cabelos, que meus, são abrigo.
Não me interessa nada mulher se não for
imperfeito como tu és,
que tua imperfeição com a minha
é o que invejam os deuses.
Porque pra quem tem olhos mulher,
teus momentos fazem erguer num segundo
a eternidade.
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Ricardo
Nossa...que sensual...Um poema,causador de terriveis efeitos colaterais...Taquicardia..respiraçao ofegante..Rs..desculpe a brincadeira poeta,mas esse poema.realmente belo...causa sensaçao de vidaa por perto!Beijos na sua bela alma