Vagando a dias perdido
sem água, mapa ou comida
Sol e areia escaldante
aos poucos a ser consumido
lentamente a perder a vida
deserto, o "Inferno de Dante"
O desista a sussurrar ao olvido
Se arrasta a buscar abrigo
enquanto o tempo se esgota
enquanto a pele se queima
o horizonte tremula qual trigo
aos poucos a mente lhe embota
descansar é por perigo
Foi quando ao longe avistou
ao seu socorro correndo
aquela que desejava encontrar
oasis, e seu coração chorou
e tanta água bebendo
escorrendo, a carne a esfriar
e para sempre ali ficou
Lua minguante, nova e cheia
se passaram a encontrar
um corpo esquecida à paisagem
seco, só, sem vida na veia
Mas, no rosto um sorriso a guardar
para sempre, enfim pela miragem
Feliz, sem fim, ali na areia