Para onde vai
o cãozinho morto?
Diante do sepulcro
do cãozinho no horto,
somente o sujeito pulcro
chorava o amigo morto.
Estava agonizado diante do adeus.
O cachorrinho se chamava Compadre.
Zé cadela era humilde, plebeu.
Não se conformava com a ausência de um padre.
Triste e encabulado,
começou a pensar:
“Cachorro tem alma?!
P’ra onde ela vai?”
Aquilo roeu seu juízo...
Entregou-o a São Francisco de Assis.
O cão não era de guarda, nem tinha pedigree.
Era apenas seu melhor amigo.
Muita gente joga o seu no lixo.
Não tem coração, nem sentimento.
Nem todo mundo é como o Zé,
que tem amor, amizade; fé.