Recebi poesias no carnaval,
De autor desconhecido;
Detestei muitas
Não traziam nada especial.
Outras me tiravam o sono,
Estavam manchadas
Por suas lágrimas
Tinham o jeito de suas curvas
Mais escondidas,
Estavam suadas
Em seus desejos mais velados.
Escondiam, eu bem sei,
Atrás de algum verso inocente,
Um pecado de você.
Era você,
Toda você!
Em cada vírgula
Um pouco mais indecente,
Em cada palavra nua,
Em cada rima sensual,
Em cada verso cheio de prazer
Em cada verso ciumento.
Era você,
Toda você!
Logo você que tento esquecer,
Lendo poesias que não falam de ninguém.
Que não gostam de ninguém.
Que por capricho não sangram.