.
.
.
.
Em meio ao barulho da multidão há paz,
Límpida e aconchegante de um olhar fugaz.
A noite enluarada trouxe a mim o paraíso,
Uma brisa ululante me devolveu o juízo.
Ouvi no vento um passado azul-infante,
Que sem piedade me mostrou o diante.
A paz do meu silêncio foi quebrada,
Agora é grito, é força e mais nada.
Assim ouvi o estatelar em uníssono,
Senti o doloroso despertar do sono.
E a alma renovou-se como um corte,
Cheguei buscar dos desejos a morte.
A paz do meu silêncio tornou-se o frio,
Sinto desgastar-me como pedras de rio.
A razão me mostra o solstício logo à frente,
E o final dessa tempestade negra e demente.
E no intenso, breve e claro, sol brilhar,
Farei a luz de o meu próprio dedilhar.
Aqueles sonhos que tornaste escuridão,
Nunca mais em teus amanheceres serão.
Despir-me-ei das inserções de minhas rugas,
Serei cuidadoso ao trepar com sanguessugas.
Para mim não serve mais paixões sem nexo,
Esse total e desvairado entregar-se por sexo.
Farei de minha vida um aprender constante,
Olharei para esse mundo por mais distante.
Claro! Meus sonhos são maiores que o mar,
Indubitavelmente irei descobrir o real amar.
Quanto ao eminente errar quando se flerta,
A dor é menor se for com a cabeça certa.
Reviverei de minha inerte angustia crua,
Terei o inicial sentido de uma alma nua.
Como doce poesia, desenharei novas trilhas,
Serei arrimo de todo amor em minhas filhas.
A paz do meu silêncio é latência dos meus dias,
É o tramitar das vontades açucaradas em alegrias.
Serei novamente o silêncio certo e conciso,
Manterei em minha face o sincero sorriso.
Enfim exaltarei o eu daquele olhar fugaz,
E assim na paz do meu silêncio, terá paz...
L’(Max) 16.08.08
Comentários
Muito bonito este
Muito bonito este poema , parabéns Lmax
Vera cruz