Estranho o meu modo de ser...
Ou de não ser...Eis a questão!
Se me bate à porta a felicidade,
antecipa-se à frente a ansiedade,
formando insolúvel fusão...
e num lampejo...nem vejo...
Invade-me a depressão!
Chega de mansinho,
frágil como passarinho
e ganha enorme proporção!
Sem previsão, sem permissão,
vem cumprir sua função...
Rouba a energia que gasto, rindo...
Aos poucos vai me consumindo,
levando a minha alegria,
e os sonhos, perdem-se à revelia.
E digo a mim mesma:
“Reaja! Revide! Combata!”
Então me armo de força tamanha
pra derrubá-la e não ser derrubada.
Pra ter de novo o controle
Do tempo de dias felizes...
Curtir a alegria de ser... De viver!
É preciso valer-se de escudo,
precaver-se dos dias escuros,
tentar aplacar a dor,
estancar à fundo, a ferida.
Fazer o tempo voltar...
Corrigir esse equívoco da vida.
(Carmen Lúcia)