Você me toca, me joga num canto.
Me abraça, me usa, lambuza,
Meu corpo é seu pra ser usado,
Você não pede você me toma,
Você paga, você toca um sax.
Você tem prazer,
Sou sempre um leito
Um deleite
Você chora
Dores de prazer, dores de solidão.
Eu sou seu ouvido
Você reclama você me chama,
De tantos nomes
De vagabunda, de seu amor,
A magia se desfaz quando que peço carinho
Você me joga dois tostões
E sai correndo
Batendo a porta
Jurando não mais voltar
Mas volta
Quando bate novamente seu vazio.
Cala minha boca com promessas
Me toma com seus desejos
Possui minha carne
Meu corpo
Meu espírito
Me deixa destroçada
Deitada
Nua
Perdida
Myrian Benatti
Comentários
DIRCEU / MYRIAM voto
Tuas poesias lembram-me de outra poetisa, que escreve como Minha FLOR, e me ensinou o truque de linguagem e da representação de dois pingos que caem,
Um
a
um.
Se for você mesma, te agradeço e lhe ofereço uma rosa vermelha, que plantei num cercado da Praça da República e que ora tirei uma Flor e coloquei no seu cabelo.
Em agradecimento.