MORTE DA MINHA VIDA
Rastro dos meus passos
que acompanha meu desassossego
larga tuas garras dos meus galhos
não mata tua fome no meu desespero
Para de revolver-me por dentro
Abandona de vez meu corpo
Esfrega teus pelos noutra carne
Esquece definitivamente meu cheiro
Morte que não mata minha vida
suor que encharca meus cabelos
Te vejo em cada dia de agonia
anseio pelo dia para meu desespero
As noites me afastam de ti
Não durmo que o sono é distância
Ao mesmo tempo espero que esqueças
de vez o caminho que te trazes a mim
Amor dos meus amores,
ódio das minhas entranhas
Toques, gostos, odores
presentes nas lembranças
Tua distância é meu sofrimento
Perto é tormento
Esquecer-te, não posso
Chaga que sangra veneno
Das carícias de um dia amado
repousam descanso e medo
Nas despedidas sem piedade
Retornos da mais pura veleidade
Láudano que vicia
Metade cura, metade doença
Que minha mão finde o que se anuncia
antes que me finde tua ausência.