Um novo poema se me aporta
bate na janela da ilusão,
abro a escotilha e solto a frase torta
no balanço das águas do coração.
Minha emoção fala mais alto
o barco a se afastar daquele porto
no cais vejo vultos pequeninos
vou indo em busca dos sonhos meus.
Sei que está lá naquela areia
Deitado a olhar a imensidão
Não vê que ela fere e corta
bem mais que os punhais da solidão.
Não me importo ser marujo de poemas
Sinto a alma ferida, temo a explosão
meu peito é tempestade apenas
jogo fora sob a forma de minha arte.
Aproxima-se de mim a cerração
sorri,levanta âncoras a parte,
quer ficar comigo indo sem rumo
buscar uma nova arribação.
Marta Peres