SILENCIOSAMENTE
SILENCIOSAMENTE.
Foi assim que você me chegou, sorrateiro, sem rodeios, habitual,
Como os pássaros que buscam seus ninhos nos picos das montanhas,
Depois de voarem em bando dia e noite, em sinuosas evoluções
De angústias, que inconscientemente, aportam aos seus aconchegos seguros.
Quantos rodeios fizemos, até chegarmos ao nosso primeiro beijo
E quantos desejos sentimos, ali, nos provocando daquele jeito gostoso...
Quero saber se você vem comigo, sem andar, nem falar nada,
Se ao menos você poderá, ao meu lado, sentir o frio ar da madrugada.
Todos os dias sedenta e plena, esperarei que transponha o meu portão,
Pois preciso saber o quanto e como você me quer... basta você me sorrir.
Não, não precisa me dizer nada...a mim me basta que você possa entender.
Ai, como eu gosto de tudo isso, de você, do que me faz sentir e viver.
Chama-me ao amor, esse ato sublime, o maior que já puderam inventar,
Pois não existe no universo, coisa mais prazerosa de se saborear,
Seja rapidinho(como precisamos fazer de vez em quando), ou até
Quando levamos horas, absortos em um lânguido escorregar de mãos,
Deslizando sobre a pele, para que cada um sinta a textura que o outro possui
Numa troca de energias e sensações sublimadas, que o amor pode fomentar,
Em uma química indefinível, que só entende quem o pode experimentar,
Nisso posso me considerar uma “expert”, porque na arte me esmero
E nunca ouvi de qualquer parceiro um senão que pudesse me preocupar.
E agora você me chega, assim, feito dono da minha vida, dos meus anseios,
Mas saiba que se quiser, eu me rendo, me entrego numa bandeja, na mão,
Com direito a cores e sabores aromáticos e comestíveis, segredinho nosso,
A partir daí, só a plenitude falará por nós, desde que adentre o meu portão...
10/07/07 Ana Botelho.
- Login ou registre-se para postar comentários