Delírio
Num momento degradante,
Entre palavras tortuosas,
O expulsa impiedosa
E ele sai sem hesitar...
Ao abrir a sua porta,
O vento da noite fria
Invade a sala vazia
E faz tudo se calar...
Na vastidão da noite fria,
Na janela ela o moldura
E vê seu vulto a se perder...
Se tranca em seu quarto
Pra fugir do desespero,
Lança a face ao travesseiro
Para as lágrimas conter...
Fantasmas de fumaça
Ente seus dedos a bailar,
Levados pelo vento
Seus lábios vão beijar...
Enquanto traga de um copo
Pro desejo embriagar,
Ouve a chuva na calçada
Em soluços a chorar...
desejara nesse instante,
Fosse só por um momento,
Tê-lo em seus braços
Como o tem agora o vento...
Na solidão do quarto frio,
Desfalecida em pensamentos,
Mergulhada em seu pranto
Ela vai adormecendo...
Em meio a desatinos,
Entre soluços e gemidos,
Ouve a voz de seu amado
A sussurrar em seus ouvidos...
E num delírio profundo
Sente o corpo flutuar...
No aconchego de seu mundo,
O amor se perde
Ao se encontrar...
- Login ou registre-se para postar comentários