Um verão inesquecível.

Patricia estava deprimida e muito ferida acabara de terminar um namoro de seis anos. Sentia-se perdida, sozinha e sem rumo. Achava-se feia e pouco atrativa. Não conseguia sair de casa, não tinha vontade de fazer nada. A mãe de Patricia sugeriu e insistiu que ela fizesse uma viagem. Quem sabe uma viagem não iria distraí-la? Patricia resistiu mas acabou aceitando a sugestão de sua mãe, pois ela estava de férias e não tinha nada para fazer. Comprou as passagens, arrumou a mala, sem muito intusiasmo, e partiu para Salvador on de moravam seus sobrinhos e sua irmã Rosa. No aeroporto Patricia foi recebida por Rosa e seus sobrinhos que fizeram a maior festa, mas não conseguiram animá-la.
Na primeira semana de férias Patricia mal conseguia sair da cama, chorava muito e não tinha ânimo para nada. Os seus sobrinhos subiam, pulavam na cama, sorriam, faziam de tudo para alegrá-la, mas ela nem percebia. presa em sua tristeza não reconhecia o esforço de rosa e das crianças para ajudá-la. Porém, numa bela manhã ela acordou diferente e decidiu que levaria sua vida para frente. Arrumou seus sobrinhos, colocou um biquini e foi para a praia. Ficou maravilhada com toda aquela beleza. Foi um dia especial, tomou banho de sol, sorriu e foi passear com as crianças. O resto da semana transcorreu legal. Ela visitava pontos turísticos, experimentava comidas típicas e ia para a praia com Rosa e as crianças, mas em nenhum momento esquecia o amor que a deixou.
Numa bela tarde foi com Rosa ao Pelourinho. Viu coisas bonitas e interessantes. Ficou sabendo que era filha de Iansã e ao questionar sobre este orixá foi informada de que ele é uma divindade da natureza que comanda ventos e tempestades. Naquela mesma tarde, uma cigana lhe falou que em salvador ela viveria um grande e inesquecível amor. Ela sorriu e duvidou. não fazia parte dos seus planos apaixonar-se novamente.
Na volta do passeio, Rosa resolveu parar num caixa eletrônico para retirar dinheiro. Enquanto Patricia esperava no carro seu olhar cruzou com o olhar de um lindo homem que estava na fila do caixa. Parece que o tempo parou enquanto ela olhava aquele negro lindo de olhos verdes. Corpo escultural, olhar sedutor... Ela se encantou.
Num passe de mágica aquele negro lindo aproximou-se de Patricia e perguntou o seu nome. foram momentos de pura sedução. Eles conversaram e trocaram telefones.
Dois dias se passaram e o telefone tocou. Uma voz linda disse: alô eu gostaria de falar com Patricia. diga a ela que o Osmar. Ela quase não conseguia responder: sou eu. Como vai você? Levaram um papo de uma hora. Osmar acertou vir apanhá-la no final da tarde. O dia custou a passar, mas de repente o telefone tocou. Era o porteiro avisando que Osmar a esperava. Ele desceu e teve uma linda surpresa. Ela saiu do carro vestindo apenas uma sunga branca que contrastava com a sua pele negra. Lindo, simplismente lindo... Ele sorriu e perguntou: Minha linda você não vai pôr um biquini? Vamos a praia. Ela ficou surpresa aquele homem era realmente diferente. Ele iria levá-la apraia às cinco da tarde e no primeiro encontro. Ela foi trocar de roupa e colocar um biquini.
Na praia eles conversaram bastante, tomaram caipirinha, dançaram, viram o sol se pôr e a lua chegar. Patricia olhava maravilhada para aquele homem e mal podia acreditar no que estava lhe acontecendo. Ela que foi para Salvador para curar uma dor de amor estava encantada por um estranho.
Começou a fazer friu, Osmar abraçou-a e a beijou. Não deu para conter o desejo. Os dois fizeram amor ali mesmo.
Acabaram as férias de Patricia ela precisava voltar para o Pará e Osmar ia ficar. Que destino cruel, Patricia voltou e durante anos eles se correspondiam e trocavam juras de amor, mas a distância os separou.
Dez anos se passaram e Patricia ainda lembra daquele inesquecível verão que passou ao lado de Osmar. Altos papos, longas e deliciosas trepadas. Aquele Deus africano ainda vive nas suas fantasias e aquece o seu coração.