Sou eu
Sou eu e não me revejo,
Tenho pena pelo desleixo,
Mas não me revejo…
Nesse mar verde e agreste,
Sem verdadeira vontade,
A dor a todos visita e veste,
Mas não me deixa saudade.
Não me revejo,
Não me compreendo e descubro,
Não me sinto e desvendo,
Não me conheço.
Ou talvez não queria conhecer!
Talvez o mal que me abraça,
Seja na verdade o meu esquecimento,
E sem me aperceber,
Eu o beije sem querer.
Talvez o meu esquecimento,
Seja pura dor,
De tão cruel e severo que ele é,
Talvez prefira a morte e a dor,
A ter que me descobrir.
Prefiro fugir!
Não sei o que desvendo,
Nem os demónios que reclamo,
Só sei que o meu passado são tormentos,
Que eu esqueci e agora tento.
Só sei que me esqueci,
E não o devo lembrar,
Só sei que a morte me chama,
E eu não a posso calar!
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