Sombras no escuro
Passos que não se escutam
vozes perdidas no escuro;
corpos que não existem
vidas sem futuro.
Pensamentos que ecoam no vazio
sonhos apenas na mente;
as mãos presas por um fio
coração frio e quente.
E as sombras no escuro que se vêem
são pedaços de céu ensombrado
e as sombras no escuro
caminham no passado.
Ouve-se aqui e acolá um murmuro
vê-se um presente sem futuro;
e viajam por entre o bréu
as sombras no escuro.
Perdidas na madrugada
são chamadas filhas da lua;
no dia não são nada
de noite são a alma da rua.
Quem as vê finge não ver
finge que nada são;
e nasceram para perder
caminham sem pátria nem nação.
Mas no meio de rostos desconhecidos
alguém grita amigo
e os sonhos outrora perdidos
encontram agora seu porto d'abrigo.
E as sombras no escuro
caminham por outra estrada;
e já não existe o muro
nem o vazio que é nada.
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Sombras no escuro...
Mónica, nem sabes quanto me fizeram lembrar poetas essas «sombras no escuro». Os poetas e os que, como eles, nada têm porque nada lhes é permitido dar. Existem, mas é como se não existissem. Sonham, mas ninguém quer saber. Caminham, mas ninguém os vê. Triste. Sim, este poema é triste. Carrega em si a dor da solidão, do abandono. É pena. O mundo não sabe o que ignora. Essas «sombras» são ostras. Seres normais que dentro de si escondem/protegem as pérolas mais belas. Belo poema. Adorei. Muito bem escrito. Parabéns.
Beijo grande e mantém-te fiel áquilo em que acreditas.
Oi Mônica
O poema se adere completamente ao nome... e é fantástico. parabéns.
Fernanda Queiroz
Grande abraço.
Fernanda Queiroz
Para Fernanda
Amiga,
obrigada pelas palavras...ainda bem que gostaste!
Beijo grande,
Mónica
Queira apresentar-me
Queira apresentar-me (Carina) prazer tanto em conhecê-la, tanto em ler-te, tristeza, dor,abondono...muito bela a sua obra...
parabéns
Para Carina
Carina,
fico feliz que tenhas gostado...é fácil passarem despercebidos, é difícil serem notados...mas os sem-abrigo existem e merecem respeito, atenção e carinho, já basta o que a vida lhes reservou!
Não me são indiferentes e nem deviam ser para ninguém...mas infelizmente é uma realidade que as pessoas os ignoram.
Obrigada por não seres indiferente!
Beijinhos,
Mónica